Ao falar na sessão de abertura, João Baptista Borges, ministro de Energia e Águas, destacou que "recentemente foram aprovados importantes projectos de electrificação a concluir nos próximos três anos, no âmbito dos quais deverão ser instalados cerca de um gigawatt de energia fotovoltaica".
Citado num comunicado remetido ao VerAngola, o governante disse igualmente que "mais cedo, ou seja, ainda durante o presente ano, deverão ser operacionalizados 370 megawatts de capacidade fotovoltaica. O investimento em causa é público, mas tem havido esforços igualmente de se estabelecerem projectos de investimento privado".
Por sua vez, a embaixadora da União Europeia assegurou que a "União Europeia está disponível para colaborar com Angola na sua transição para as energias renováveis".
Também mencionou que "o Programa Indicativo Plurianual 2021 a 2027 prevê ajudas, programas e parcerias para o desenvolvimento de energias renováveis junto com o Governo de Angola, o sector privado e a sociedade civil".
O certame contou ainda com a intervenção da directora executiva da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER), Isabel Cancela de Abreu, que apresentou o Relatório Nacional do Ponto de Situação das Energias Renováveis em Angola – disponível para consulta gratuita no site da ALER e da Associação Angolana de Energias Renováveis (ASAER).
A responsável, citada no comunicado, disse que "este relatório permite uma visão geral dos desenvolvimentos mais recentes e futuros do sector e funcionará como o documento de referência para todos os potenciais interessados em investir em energias renováveis em Angola".
Falou igualmente Nuno Gomes, vice-presidente da ASAER, que sublinhou que "a criação da ASAER veio possibilitar a existência de uma plataforma de comunicação, debate e concertação entre os vários actores no domínio das energias renováveis em Angola, reunindo empresas, técnicos e instituições, sempre com o objectivo de incentivar e potenciar o recurso a práticas sustentáveis e o recurso a energias renováveis".
Disse ainda que, relativamente aos projectos, "é preocupação também da ASAER debater o futuro dessas soluções, a sua optimização, a inclusão de conteúdo local e a promoção do investimento privado, mormente nacional, na contribuição para os objectivos assumidos perante os angolanos e o mundo: um país com mais energia, cada vez com maior componente de produção associada a renováveis e com oportunidades de negócio e desenvolvimento de conhecimento nesta área para as empresas e técnicos nacionais".
Já o segundo dia da conferência foi marcado pela intervenção de Filipe Zau, ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, e de Diamantino Azevedo, ministro dos Recursos Minerais, Petróleo, e Gás.
Igualmente citado no comunicado, o governante sublinhou a existência de uma "necessidade de introduzir questões de lógica de economia circular e economia verde no sector da energia a qual concerne obrigatoriamente as energias renováveis", tendo acrescentando que "deve ser posta em prática a coordenação entre as instituições e encontrar estratégias comuns de acção em prol da população e do ambiente".
Por sua vez Diamantino Azevedo, encerrou o certame dizendo que "a transição energética e as questões de protecção ambiental constituem preocupações do Executivo Angolano e exigem a nossa contribuição na promoção e incentivo, para as empresas do nosso sector investirem, em parcerias win/win, com as instituições públicas e empresas nacionais em projectos de energias renováveis".
O ministro nomeou ainda "alguns projectos em fase muito avançada", tendo realçado o da central fotovoltaica de Caraculo e o da central solar da Quilemba, que perfazem 130 megawatts de capacidade instalada.
De acordo com o comunicado, o certame também possibilitou a "assinatura de importantes documentos que darão ímpeto à promoção das energias renováveis no país, nomeadamente a filiação do Ministério de Energia e Água à ALER, o Protocolo de Cooperação entre a ALER e a ASAER e o Protocolo de Cooperação entre a Câmara de Comércio e Indústria de Angola-Índia e a ASAER".
A conferência teve lugar nos dias 5 e 6 de Julho e foi organizada pela ALER e a ASAER em conjunto com o Ministério de Energia e Água e com o apoio do GET.invest, que diz respeito a "um programa europeu que visa mobilizar o investimento em energias renováveis descentralizadas, com a cooperação da União Europeia, a Alemanha, a Suécia, a Holanda e a Áustria".
Temas como o enquadramento institucional e legal, o perfil energético nacional, projectos de energia renovável ligados à rede, entre outros, foram abordados no evento.