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Investimento em Angola impulsiona entrada da mineira Pensana na bolsa de Londres

A mineira australiana Pensana estreou-se esta Segunda-feira na bolsa de Londres, com o projecto de pesquisa de metais preciosos em Longonjo, Angola, a desempenhar um factor decisivo na cotação na principal praça financeira da Europa.

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"As energias renováveis vão desempenhar um papel significativo na recuperação económica depois da pandemia de covid-19, com 16 mil milhões de dólares em programas de estímulo a fomentar a transição energética, a procura do tipo de metais usados nas turbinas eólicas ao largo da costa e na construção de carros eléctricos devem aumentar dramaticamente", comentou a bolsa de Londres no tradicional comunicado de boas-vindas às empresas.

No comunicado, alerta-se que "este crescimento e investimento significativos na transição energética para as renováveis podem ser dificultado pela falta de metais do tipo Terras Raras", mas argumenta-se que "o projecto Longonjo, em Angola, é um dos maiores depósitos de Terras Raras a nível mundial e é o maior desenvolvimento mineiro dos últimos 12 anos, garantindo diversificação a uma indústria que depende em 90 por cento da produção do mercado chinês".

Consideradas como "o ouro do século XXI", pela sua raridade e valor económico, as Terras Raras são metais que servem de matéria-prima essencial para a alta tecnologia.

"O projecto será um dos maiores fornecedores de metais magnéticos fundamentais para a transição energética, esperando-se uma forte procura para os veículos eléctricos e dos produtores de turbinas eólicas ao largo da costa", disse o presidente da Pensana Rare Earths, Paul Atherley, citado num comunicado em Março.

Segundo acrescentou, o projecto "vai providenciar empregos e um estímulo económico numa altura em que o Governo de Angola está activamente a procurar atrair investimento externo para diversificar a economia".

"Uma coisa é garantida, a economia verde será central na recuperação da pandemia de covid-19, e a energia eólica 'offshore' será um dos grandes beneficiários, nos próximos 20 anos, a procura por esta energia deve crescer 1500 por cento, o que implica um aumento constante da procura pelos metais Terras Raras numa altura em que a cadeia de abastecimento já está fortemente constrangida", disse esta Segunda-feira o presidente da empresa.

A entrada em bolsa "dá aos investidores britânicos uma exposição directa aos sectores em rápida expansão dos veículos eléctricos e da energia eólica ao largo da costa", concluiu Paul Atherley.

De acordo com os termos anunciados em Abril para o investimento de 20 quilómetros quadrados no município de Longonjo, na província do Huambo, a prospecção implicará um pagamento de 2 por cento sobre as receitas, 20 por cento de imposto geral e 5 por cento de imposto municipal depois de dois anos de isenção fiscal, para além de uma isenção sobre a importação de equipamento e uma isenção de três anos para a cobrança de imposto sobre os dividendos.

Em Abril do ano passado, foi noticiado que um projecto de prospecção de minerais no município de Longonjo, na província do Huambo, que durou cerca de dois anos, permitiu identificar 23.000 milhões de toneladas de metais valiosos, conhecido por Terras Raras.

Entre as características de maior destaque deste tipo de metal estão a condução de calor e electricidade, além de se tratar de estruturas que são altamente magnetizáveis.

As suas propriedades químicas e físicas são utilizadas numa grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em supercondutores, magnetos, catalisadores, entre outros.

São minérios que garantem características únicas a diversos tipos de ligas metálicas, como os telemóveis, carros híbridos, lasers, entre outros.

O consumo desses minerais, em todo o mundo, chega a 150 mil toneladas/ano.

Os tipos de metais conhecidos por Terras Raras chegam a 17. Porém, seis tipos são mais conhecidos: neodímio, lantânio, praseodímio, gadolínio, samário e cério.

A China é o principal produtor e mercado do minério.

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