“Foi com consternação e um grande sentimento de pesar que tomei conhecimento” da morte de Béji Caïd Essebsi, escreveu o chefe de Estado, apresentando “sentidas condolências” ao povo e autoridades tunisinas e à família enlutada.
Primeiro presidente eleito democraticamente por sufrágio universal na Tunísia, Essebsi morreu Quinta-feira aos 92 anos após ter sido hospitalizado nos cuidados intensivos algumas horas antes. O chefe de Estado já tinha sido hospitalizado outras duas vezes nas últimas semanas.
Béji Caïd Essebsi assumiu o cargo em 2014, três anos após a revolução que derrubou o regime ditatorial de Zine el Abidine ben Ali, refugiado na Arábia Saudita.
De acordo com a Constituição da Tunísia, o presidente do parlamento assumirá a Presidência entre 45 e 90 dias, enquanto são organizadas eleições.
Béji Caïd Essebsi anunciou recentemente que não concorreria na eleição marcada para Novembro, dizendo que uma pessoa mais jovem deveria liderar o país.
De acordo com a agência de notícias francesa AFP, a morte do Presidente aconteceu no dia em que a Tunísia celebra a proclamação da República, que aconteceu em 1957, geralmente marcada por um discurso do chefe de Estado.
A televisão nacional parou os seus programas para transmitir versos do Corão antes de anunciar que o Presidente havia morrido às 10h25 locais (a mesma hora em Luanda).
Veterano da política tunisina, Essebsi era o mais velho chefe de Estado do mundo em funções depois da Rainha Isabel II.
Serviu nos governos dos Presidentes Habib Bourguiba (1957-1987) e Zine el Abidine Ben Ali (1987- 2011), antes de ele mesmo assumir a Presidência em 2014, com a paradoxal missão de consolidar a jovem democracia.
A Tunísia é o único país tocado pelos desafios da Primavera Árabe em 2011 que continua no caminho da democratização.
