A deslocação ao nosso país, segundo um comunicado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), visou promover a utilização das artes circenses "para superar traumas, estimular a resiliência e fomentar a coesão social entre as comunidades de refugiados e de acolhimento".
Em Luanda as apresentações foram feitas no Hospital Pediátrico David Bernardino, num orfanato e nos centros de refugiados de Viana e do Bairro Popular, arredores da cidade.
Segundo a nota, a apresentação do Palhaços Sem Fronteiras na Lunda Norte foi "essencialmente relevante" para as crianças do assentamento de refugiados do Lóvua, na República Democrática do Congo (RDC), que representam actualmente 53 por cento dos mais de 35.000 refugiados registados biometricamente da região do Kasai, na RDC.
"A importância deste acto tem alcance maior para as crianças refugiadas congolesas, devido às memórias e traumas recentes relacionados com o seu deslocamento forçado", acrescenta-se no documento.
Em Março de 2017, uma vaga de refugiados da RDC, na sua maioria crianças, muitas delas sem acompanhantes, encontrou segurança em território angolano, sobretudo na Lunda Norte, na sequência dos conflitos internos nas regiões de Kasai oriental e Kasai ocidental.
Além das crianças congolesas refugiadas, beneficiaram igualmente das apresentações jovens de dois hospitais da cidade do Dundo, capital da Lunda Norte.
A organização não-governamental Palhaços Sem Fronteiras foi criada em 1993 e, nos últimos 25 anos, realizou actuações em mais de 120 países em que, juntos, se contabilizam mais de quatro milhões de deslocados forçados, tendo contado durante este período com o apoio do ACNUR.
