Entre as acções do projecto, consta igualmente o resgate de 530 ninhos, bem como a concretização de 1000 patrulhas e 90 acções de sensibilização das comunidades onde participaram 80 voluntários que receberam formação por parte do projecto, apontou a responsável, que acrescentou que o projecto também recebeu a visita de mais de 2000 crianças.
Em declarações à Angop, a coordenadora disse que durante o referido período só se descobriu duas das cinco espécies que existem, indicando que o principal motivo da extinção das espécies é a caça furtiva.
Embora as tartarugas marinhas na sua fase inicial de vida sejam ameaçadas por peixes, caranguejos e pássaros, o maior predador acaba por ser o homem.
Segundo a responsável, se a acção humana continuar a ameaçar as tartarugas poderá chegar-se à extinção. "Se continuarmos a ter os humanos como predadores das mães tartarugas marinhas vamos ficar sem a espécie, visto que dos cinco tipos que a costa dispunha, apenas aparece a Oliva. A verde já não é vista há três anos", referiu, citada pela Angop.
Já as tartarugas assumem o papel de principais predadoras de medusas ou alforrecas que, por seu turno, são as principais predadoras de larvas e ovas de peixes como sardinha, carapau, tilápia e cachucho, que acabam por ser os que mais se consomem no país, podendo, segundo a responsável, ser uma das justificações para a actual falta "dessas espécies de peixe".
"Essa pode ser também uma das grandes causas da escassez dessas espécies de peixe neste momento", referiu.
Criado no Lobito, o projecto Cambeú diz respeito a uma iniciativa que tem em vista proteger as tartarugas marinhas, protegendo os seus ovos depois de desovados na costa. Segundo a Angop, posteriormente, os referidos ovos vão para berçários e incubadoras por um período entre 55 a 60 dias, recebendo cuidados e após o nascimento devolvem-se ao mar exactamente onde ocorreu a sua desova, dado que as tartarugas quando se tornam adultas, regressam ao sítio onde nasceram para desovar.