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Ricardo D’Abreu: TAAG deve retomar voos para o Porto ainda este ano

O ministro dos Transportes disse que Portugal continua a ser um destino importante para a companhia aérea estatal, TAAG, que tem estado também à procura de outros mercados, e admitiu um regresso ao Porto ainda este ano.

: Ampe Rogério
Ampe Rogério  

Em entrevista à Lusa, Ricardo D'Abreu salientou ainda que haverá capitalização adicional com suporte do Governo para a transportadora aérea, mas escusou-se a definir prazos para cumprir a anunciada privatização da empresa.

"Portugal continua a ser o nosso principal destino, a rota do Porto foi regularmente constituída pela TAAG, quem descobre a rota do Porto foi a TAAG", disse, questionado sobre a intenção de retomar esta rota, seguindo a decisão recente da congénere portuguesa TAP.

"Não quer dizer que a TAAG não regresse ao Porto como sempre lá esteve, vamos fazer o Porto talvez num formato diferente do da TAP e vamos ver então como é que as duas companhias aéreas concorrem num mesma rota como acontece hoje com Lisboa, disse o governante, remetendo para a administração da empresa o anúncio sobre esta decisão.

No entanto, admitiu que os voos para a segunda maior cidade portuguesa devem ser retomados ainda este ano: "Em princípio, sim".

Ricardo D'Abreu sublinhou ainda que a TAAG está também a "buscar outras geografias" porque é importante a diversificação das rotas e novos destinos para angariar mais passageiros e carga.

Sobre a conflitualidade laboral que a companhia enfrentou em meses anteriores, relacionada com o plano de reestruturação da companhia, o ministro assinalou que estão a ser implementados os acordos estabelecidos com os diferentes sindicatos, que estão em curso, havendo hoje maior estabilidade interna o que permite ir recuperando os níveis operacionais que existiam antes da pandemia.

"Já estamos a conseguir atingir níveis anteriores aos da pandemia, em 2019. Tivemos uma redução significativa dos custos operacionais e um nível de recuperação em termos de operação assinalável", tendo atingido os níveis pré-pandemia no que respeita aos voos domésticos.

Segundo o responsável dos Transportes, este procedimento de capitalização e saneamento financeiro não será feito exclusivamente através da injecção de capital, mas envolve "um exercício que decorre de compensações contabilísticas e fiscais" com outras entidades e empresas públicas.

Parte desta injecção de capital sera direccionada para apoiar a compra de aeronaves, que "não será feita de forma tradicional, parte será aquisição própria e outra em contratos de leasing com os fabricantes".

Quanto à privatização, tudo está ainda por definir, já que para o governo não é uma prioridade. "Pareceu-nos que era mais importante garantir a estabilização do processo de reestruturação, para que a companhia atingisse o seu justo valor e então mergulhar na preparação do processo de privatização".

Sobre o novo aeroporto, a cerca de 40 quilómetros da cidade e que deve ser inaugurado antes do final do ano, Ricardo D'Abreu garantiu que tudo está a ser feito para que as acessibilidades, essenciais para a viabilidade e competitividade do aeroporto estejam concluídas e acredita que a mobilidade vai melhorar com a criação da nova cidade aeroportuária do Icolo e Bengo.

Em curso está a conclusão do ramal ferroviário, a partir da estação do Bungo com mais quatro estacões até ao aeroporto, que devem ficar concluída até ao final de Julho, construção de novas estradas e reabilitação de outras já existentes, com criação de corredores específicos, melhoria da envolvente e introdução de novos serviços de transporte público.

Por outro lado, deve ser feita também nos próximos meses a transferência da infra-estrutura aeroportuária para a fase de operação que permite a certificação do próprio aeroporto.

A Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA) será o operador temporário, mas o governo vai abrir um concurso público internacional, que deve ser lançado no final do mês de Julho para encontrar um parceiro privado externo "com experiência e dimensão", adiantou o ministro.

Além da Mota-Engil, há entidades portuguesas, francesas, espanholas, dos Emirados Árabes Unidos e africanas que já manifestaram interesse, segundo Ricardo D'Abreu.

Quanto ao antigo aeroporto, que esta em funcionamento há quase 70 anos, não vai ser desativado e será direccionado para a aviação executiva e especializada e poderá acolher outras actividades como formação.

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