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Privados nos transportes vão tornar sector mais competitivo, diz ministro

O ministro dos Transportes disse à Lusa que o Governo vai prosseguir com as concessões de portos e caminhos-de-ferro para tornar o sector mais competitivo, mantendo o investimento público.

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Ricardo Viegas de Abreu falava à Lusa sobre a importância estratégica das linhas de caminhos-de-ferro, para as quais serão abertas concursos públicos, bem como dos portos, que o governo quer tornar também competitivos por via das concessões

Sobre o corredor do Lobito, já concessionado à portuguesa Mota-Engil, à suíça Trafigura e a belga Vecturis, e que vai assumir a gestão exploração por 30 anos do transporte ferroviário de mercadorias entre o Lobito (Benguela) e o Luau (Moxico), atravessando Angola de ponta a ponta, adiantou que os activos serão formalmente transferidos para o consórcio no próximo mês de Julho.

O ministro realçou a importância estratégica deste corredor para Angola e países vizinhos, nomeadamente a Republica Democrática do Congo e a Zâmbia, bem como o Atlântico e outras regiões africanas e adiantou que os membros do consórcio "tem consciência dos desafios dos outros lados da fronteira".

"A dinamização do corredor vai permitir que outros efeitos acontecem na nossa economia", disse o governante, apontando o interesse à volta de investimento em áreas como os minérios, agricultura e indústria siderúrgica.

Ricardo D'Abreu destacou que todos os caminhos-de-ferro angolanos estão ligados a portos e que a preocupação é estendê-los até às fronteiras. Até agora apenas o caminho-de-ferro de Benguela chega à RDCongo, mas o objectivo é que também o de Moçâmedes chegue à Namíbia e Zâmbia.

Esta será a segunda concessão ferroviária a lançar por concurso público, depois do Lobito, mas o ministro com a pasta dos Transportes considera que a complexidade será inferior "pois os fundamentos económicos, como recursos minerais ou rochas ornamentas estão em Angola e não dependem de países vizinhos".

A nível de investimento público, os projectos prioritários são a reabilitação do troço Zenza do Itombe-Cacuso (caminho-de-ferro de Luanda), um troço "critico" que permitirá aumentar a velocidade média até Malanje, e a construção da linha férrea que vai ligar o Luena (Moxico) ao Saurimo (Lunda Sul) com 256 quilómetros.

No total, os dois projectos têm uma duração estimada de cerca de quatro anos e rondam os 2,3 mil milhões de dólares de investimento, afirmou à Lusa, acrescentando que está também a ser estudada a ligação dos três caminhos-de-ferro já existentes "que terá grande impacto a nível nacional".

Também no que diz respeito aos portos, o objectivo é garantir envolvimento do sector privado para ter "melhor operação, mais qualidade de serviço e competitividade internacional", com parceiros internacionais que, segundo Ricardo D'Abreu, são importantes para garantir maior mobilização de cargas.

Em fase de formalização da concessão, está o terminal polivalente do Lobito, enquanto o terminal multiusos de Luanda foi concessionado em 2020 à multinacional DP World com origem no Dubai.

Na barra do Dande, a norte de Luanda, onde está a ser desenvolvida uma zona franca, deverá ser também construído um porto e um ramal ferroviário de ligação ao caminho-de-ferro de Luanda, através de parceria público-privada.

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