O Comando Provincial do Namibe da Polícia Nacional diz, numa nota de imprensa, que entre as oito pessoas que ficaram “ligeiramente” feridas, três são agentes da corporação e os restantes são os promotores da manifestação.
Segundo a polícia, os factos ocorreram quando taxistas e mototaxistas amotinaram-se em diferentes pontos da cidade de Moçâmedes na rua principal do bairro 5 de Abril, onde ergueram barricadas com pedregulhos e pneus em chama.
Na sequência, refere a polícia, “os malfeitores molestavam transeuntes e todos da sua classe, que não aderindo a estes atos de desordem pública, exerciam a sua actividade com normalidade, o que obrigou à intervenção da força policial, com o intuito de repor a paz social”.
Segundo a corporação, os manifestantes contra a subida do preço do combustível insurgiram-se contra o dispositivo policial arremessando pedras e outros materiais contundentes e, em reação, a polícia “viu-se obrigada” a lançar gás lacrimogéneo e balas de borracha.
Foram vandalizadas quatro viaturas, dois armazéns, apreendidas cinco motorizadas e dois telemóveis e detidos preventivamente 86 cidadãos, pelo envolvimento direto nos atos de “arruaça e desordem pública”.
A polícia assegura ainda que a situação local está controlada e apela à população namibense a manter-se calma.
Circulam nas redes sociais imagens de protestos na província angolana do Namibe, onde manifestantes em movimento numa avenida arremessam objetos gritam “MPLA fora” e ao fundo são ouvidos alguns disparos.
Outras imagens retratavam a presença de um forte dispositivo da polícia nas ruas daquela cidade e de um homem no chão com graves ferimentos na cabeça.
Os cenários dos protestos em Moçâmedes foram relatados na Segunda-feira à Lusa pelo porta-voz da polícia no Namibe, inspetor Ernesto Calianguila, que na ocasião não especificou o número de detidos.
O Governo angolano decidiu, desde o dia 2 de Junho, retirar parcialmente os subsídios à gasolina, cujo litro custa agora 300 kwanzas contra os anteriores 160 kwanzas, situação que tem originado vários protestos, inclusive com relatos de mortes.
Um grupo de activistas e membros da sociedade civil convocou uma manifestação nacional para sábado contra a subida do combustível, fim da venda ambulante e a Lei das Organizações Não-Governamentais.