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Polícia deteve 57 pessoas no Lubango nos protestos contra a subida do combustível

A polícia deteve 57 pessoas por vários crimes, no Lubango, capital da província da Huíla, na sequência de protestos de taxistas e mototaxistas devido à subida do preço da gasolina, informou esta Quarta-feira o comandante municipal.

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Segundo o comandante do Lubango da Polícia Nacional, Fernando Hamueyla, foram registadas situações diferentes: uma, a paralisação dos serviços de táxi e moto táxi, "que não é crime", mas houve situações que "nos termos do código penal configuram crime".

"Como, por exemplo, colocar pneus a queimar na via pública, interditar a circulação de viaturas, bater nas pessoas que quisessem trabalhar, circular, isso já configura crime e foi nestes termos que a polícia interveio para repor o normal funcionamento dos serviços e das instituições e nesta senda foram detidas ontem 57 pessoas", disse o responsável policial à Lusa.

Fernando Hamueyla sublinhou que alguns dos envolvidos foram detidos por participação em motim, nomeadamente queima de pneus nas vias, vandalização de sinais de trânsito e outros bens públicos vandalizados.

Alguns dos detidos são acusados do crime de danos, no caso da queima de um autocarro, da danificação de portas e janelas, furto de um televisor e outros bens patrimoniais, da administração do bairro Nambambe.

O comandante da Polícia Nacional no Lubango salientou que durante o protesto houve aproveitamento de marginais, que entraram na administração para vandalizar, danificar e furtar meios.

A polícia apreendeu também 40 motorizadas de jovens que participaram no motim, danificando bens públicos e queimando pneus na via pública.

Apesar da acção violenta dos manifestantes, com o arremesso de pedras, "ninguém ficou ferido, nem da parte da polícia nem da parte dos civis".

"Muito menos mortos, a polícia conseguiu conter, usando meios proporcionais à situação, aliás nem usamos armas letais, tivemos esse cuidado, porque os cidadãos também nenhum deles estava armado com armas letais, eram apenas pedras e temos meios para nos protegermos das pedras", destacou.

Os detidos serão presentes nas próximas horas ao Ministério Público, estando em processo de conclusão o expediente.

Fernando Hamueyla disse que o dia desta Quarta-feira "está muito calmo", diferente de Terça-feira, onde nas primeiras horas do dia grupos de taxistas e mototaxistas paralisaram os serviços para reclamar contra a subida do preço da gasolina e a entrega tardia de cartões de subvenção à gasolina para esta classe.

"As viaturas circulam normalmente, sobretudo as motorizadas, alguns 'Hiaces' [táxis colectivos], há uma circulação tímida da parte dos Hiaces, muito tímida, isso é um facto, mas os motoqueiros estão a trabalhar normalmente", acrescentou.

Na Quinta-feira passada, o Governo anunciou a retirada gradual do subsídio aos combustíveis, que começou pela gasolina, mas isentando taxistas, mototaxistas e embarcações de pesca artesanal.

Aos profissionais licenciados destes sectores, o Governo prometeu a entrega de cartões personalizados, com um plafond diário de 7000 kwanzas para cobrir o diferencial entre os 160 kwanzas por litro, que custava a gasolina e os actuais 300 kwanzas.

No entanto, o atraso na entrega dos cartões levou a protestos e confrontos com a polícia no Lubango (província da Huíla) e no Huambo (província do Huambo) onde morreram, pelo menos, cinco pessoas e várias ficaram feridas.

O governo reagiu na Terça-feira aos tumultos, apelando à calma, e anunciando que os cartões passam a partir desta Quarta-feira a ser distribuídos também fora de Luanda, sendo pagos com retroactivos a 2 de Junho.

Segundo o Governo, a isenção a estas classes e a não alteração para já do preço do gasóleo visou proteger as famílias e a subida de preços da cesta básica, bem como permitir melhorias sociais.

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