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João Lourenço pede mais rapidez no acantonamento dos rebeldes congoleses

O Presidente da República defendeu maior rapidez no acantonamento das forças rebeldes congolesas do M23 para evitar o regresso às hostilidades na República Democrática do Congo (RDC), tema que vai ser analisado na cimeira da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL).

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Luanda recebe, no próximo Sábado, uma Cimeira Extraordinária da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) juntando chefes de Estado ou representantes dos países que integram esta organização (Angola, Burundi, República Centro Africana, Congo, República Democrática do Congo, Quénia, Ruanda, Sudão, Tanzânia, Sudão do Sul, Uganda e Zâmbia) para abordar questões de paz e segurança na região.

O M23 é um grupo rebelde constituído principalmente por tutsis da RD Congo e que opera principalmente na província do Kivu do Norte.

“A região está actualmente com dois conflitos, o da RDC e o do Sudão, vamos passar em revista a situação e o que vamos fazer proximamente para ver se encontramos a paz nesses dois países”, adiantou João Lourenço à Lusa.

Sobre o chamado "Roteiro de Luanda", instrumento adoptado em Julho de 2022, numa cimeira tripartida entre Angola, a República Democrática do Congo e Ruanda, para o Processo de Pacificação da Região Leste da RDC, admitiu que é necessária mais celeridade na implementação de alguns pontos.

“O primeiro passo, felizmente, está a ser respeitado, o cessar-fogo vigora salvo um ou outro incidente, mas o passo seguinte está a custar mais a ser dado, estou-me a referir ao acantonamento das forças do M23”, referiu João Lourenço.

“Este é um ponto específico que vai ser analisado no Sábado, a ver se podemos puxar no sentido de que venha a acontecer o quanto antes”, reforçou.

Para o chefe de Estado, “quanto mais espaço houver entre o cessar-fogo e o início do acantonamento maior é o risco do retorno às hostilidades entre as partes em conflito”.

Após um conflito entre 2012 e 2013, a RD Congo e o grupo assinaram um acordo de paz em Dezembro. Durante os combates, o exército da RD Congo foi apoiado por tropas da ONU.

O M23 lançou uma nova ofensiva em Outubro de 2022, que se intensificou em Novembro, provocando uma crise diplomática entre a RDCongo e o Ruanda por causa do seu papel no conflito.

Kigali acusa Kinshasa de apoiar as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo rebelde armado fundado e composto principalmente por hutus responsáveis pelo genocídio de 1994 no Ruanda, e denunciou a discriminação e atos de ódio contra a minoria tutsi no país vizinho.

O Ruanda acusa igualmente a RD Congo de apoiar as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo armado rebelde fundado e composto maioritariamente por hutus, responsável pelo genocídio de 1994.

Em Março, o parlamento nacional aprovou o envio de um contingente militar para a missão de paz na região leste da RD Congo, país com o qual Angola partilha uma extensa fronteira de 2524 quilómetros.

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