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Carlos César, o “aspirante” a fotógrafo que não diz que não a um desafio

O angolano, de nome artístico Kkarlos Scesar, gosta de fotografar tudo em geral e vê a fotografia como um hobby. Desenvolveu um projecto, intitulado “Nus Femininos”, que encara como um desafio por considerar ser o conceito mais difícil no mundo da fotografia. O jovem fotógrafo, que admira a beleza do corpo feminino, quer “educar a mente e o olhar das pessoas” para que possam olhar as fotografias de nus e verem arte.

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Fale-me um pouco de si... Onde cresceu, como foi a sua infância, que idade tem, onde estudou...

Sou o Carlos César de nome artístico Kkarlos Scesar. Digo que sou uma pessoa nacional, pois cresci quase por esta Angola. Bebi um pouco por onde passei... Nasci no leste de Angola, província da Lunda Norte, mas considero a província da Huíla a base de recruta, pois foi lá onde me defini como homem. Tive uma infância tranquila, cresci sempre no seio familiar e fiz duas vezes o ensino médio. Comecei por fazer pedagogia ainda na minha terra natal e depois acabei por fazer contabilidade e gestão na província da Huíla. Sou formado em Gestão e Marketing e Cinema e Televisão.

Quando surgiu o gosto pela fotografia?

Cresci com uma veia artística e com o passar dos anos foi se perdendo. A fotografia surge numa altura em que comecei a apreciar trabalhos de fotógrafos locais e um amigo meu, Luaty de Almeida, na altura aconselhou-me a comprar uma câmara e ir tentando dar passos... E cá estou quase quatro anos depois, continuo a dar os passos e a aprender a desenvolver a fotografia. Ainda me considero um aspirante a fotógrafo, mas sei que chego lá um dia! (risos)

Quais as suas influências? Tem algum artista ou fotógrafo que o inspire?

A vida em si inspira-nos bastante... Todos somos influenciados por algo ou alguém, eu tenho a Europa do leste como escola da fotografia naquilo que faço. Os meus amigos são sempre os que me inspiram mas, Vadin Stain e Anton Belovedchenko, são a minha maior inspiração no trabalho que desenvolvo hoje.

O que é que pretende fazer com a sua fotografia? Definiu algum objectivo?

Quero poder deixar um registo físico com aquilo que faço. Publicar um livro de nus onde as pessoas possam realmente admirar o corpo com olhos de artistas e admiradores de arte.

Como é ser fotógrafo em Angola?

Considero-me um fotógrafo da nova escola. Digo que cheguei numa altura em que a fotografia feita em Angola começou a definir o seu espaço no mundo da arte. Já tivemos tempos difíceis mas, acredito que já existe uma aceitação no que toca aos fotógrafos e fotografia feita em Angola.

O que prefere fotografar? Pessoas, paisagens...

Considero-me um fotógrafo versátil, apesar de estar a trabalhar mais tempo com pessoas, mas gosto de fotografar tudo. É sempre um desafio a que nos colocamos... Desenvolvemos sempre algo novo em diferentes campos da fotografia.

Falando um pouco do seu trabalho fotográfico... Tem um projecto intitulado “Nus Femininos”. Como surgiu esta ideia e porquê?

O “Nus” surge como um desafio pessoal por ser um campo “difícil” no mundo da fotografia. Procuro sobretudo retractar o corpo de forma mais artística possível. Sou apaixonado naquilo que faço e os nus fazem-me viajar, puxam mais pela minha imaginação. Gosto de fazer o nu sem ser pornográfico... Educar a mente e o olhar das pessoas quando olham para uma fotografia de nus e verem arte, beleza e não pornografia ou simplesmente a nudez como definida pela ciência e religião. O corpo feminino até ao momento tem sido o meu foco. Foi através do mesmo que me surgiu a ideia. Eu sou daquelas pessoas que admira a beleza do corpo feminino. Vejamos: a mulher gera a vida, e mesmo apesar da metamorfose que o seu corpo sofre ao longo do tempo, ela permanece sempre linda. A beleza continua presente... Então procuro fazer com que a pessoa fotografada volte a amar-se mais, admirar mais o seu corpo. Procuro passar isso nos detalhes da minha fotografia.

Está envolvido noutros projectos? Pode falar um pouco sobre eles?

Tenho mais dois projectos ligados ao mundo da arte. Já foram escritos, falta apenas sair do papel e ganharem vida.

Já expôs alguma vez as suas fotografias?

Nunca expus. Até ao momento, os únicos veículos que uso para a divulgação do que faço são as redes sociais e alguns sites de fotografia. Gostaria muito de poder expor, mas ainda acredito que tenho muito por aprender. Devo antes amadurecer a minha fotografia e depois mostrar ao mundo o meu trabalho, já numa forma física, sem ser virtual.

Sei que trabalha noutras áreas e tem outros projectos... A fotografia é apenas um hobby?

Sim. Trabalho para uma entidade. Tenho alguns projectos já escritos e pretendo desenvolver mais projectos. A fotografia é daqueles hobbies que têm um efeito "terapêutico"... A fotografia relaxa-me. Gosto do que faço.

Que desafios já enfrentou enquanto fotógrafo?

Desafios enfrento quase sempre porque, sempre que pego na câmara e fotografo para um cliente, tenho a missão de fazer o trabalho de forma a dar resultados que satisfaçam a pessoa com a qual firmei um contrato.

Gostaria que lhe fosse atribuído algum prémio de fotografia?

Prémios são atribuições dadas por algum feito e acredito que ainda nada fiz no mundo da fotografia para poder merecer um prémio.

Tem projectos para o futuro enquanto fotógrafo?

O futuro é sempre uma incógnita. Poderão sempre surgir projectos, caso a vida me permita lá chegar e continuar a desenvolver o gosto pela arte dos clicks.

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