"Muitos investidores foram para Angola como forma de fugir à crise em Portugal e já chegaram em mau estado. Foi uma questão de sobrevivência, com investimentos de curto prazo e planos de negócio muito optimistas", descreveu, durante a conferência "Negócios em Português" a decorrer em Londres.
Para este banqueiro, a crise provocada pela descida dos preços do petróleo "é uma enorme oportunidade" para investidores, nomeadamente britânicos.
"Não são precisos investidores de grande dimensão, mas investidores em áreas necessárias com um compromisso a longo prazo", vincou, sugerindo o uso de pequenos parceiros locais e com preocupação pela responsabilidade social, promovendo, por exemplo, a formação de locais.
O objectivo deve ser reduzir a dependência da economia angolana do petróleo e das importações, promovendo uma maior produção nacional, vincou Júlio Lopes, administrador do Banco Caixa Geral Angola.
"É preciso aumentar a tracção de investimento privado. Mas, nesta altura da economia, neste ciclo de investimento, é necessário que pessoas ficam isto passo a passo com algum conhecimento da cultura local", avisou.
Os banqueiros falavam na Conferência "Negócios em Português", organizada pela Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido, que decorre nas instalações da agência de notícias Bloomberg e pretende promover oportunidades comerciais e de investimento nos mercados emergentes em crescimento em países lusófonos, em particular em Angola, Moçambique e Brasil.
