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Edson Chagas chega hoje ao Museu Berardo na corrida ao Novo Banco Photo 2015

O colonialismo, a escravatura e a percepção dos lugares estão em foco nos trabalhos inéditos dos artistas Ângela Ferreira, Ayrson Heráclito e Edson Chagas, finalistas do Prémio Novo Banco Photo 2015, cuja exposição é inaugurada hoje, em Lisboa.

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A exposição, que é inaugurada às 19:00, mostra o trabalho dos finalistas candidatos ao galardão, no valor de 40 mil euros - que será anunciado a 22 de Setembro -, iniciativa do Novo Banco em parceria com o Museu Colecção Berardo, instalado no Centro Cultural de Belém.

Ângela Ferreira, de 57 anos, artista que tem vindo a dedicar grande parte da produção artística ao questionamento do discurso pós-colonial e aos episódios históricos que marcam o urbanismo e a arquitectura modernas, apresenta um vídeo e fotografias dos edifícios do Museu Nacional de Etnologia e do Ministério da Defesa Nacional (Antigo Ministério do Ultramar). No vídeo, relacionado com as missões dos edifícios em causa, a artista mostra o resultado de uma investigação sobre o trabalho dos etnógrafos António Jorge Dias e da mulher, Margot Dias, desenvolvido em Moçambique, sobre o povo Makonde, no período colonial.

Ayrson Heráclito, de 46 anos, artista brasileiro que expõe pela primeira vez em Portugal, apresenta um trabalho com fotografias e vídeos de um ritual afro-brasileiro nas ruínas da Casa da Torre, na Bahia, no Brasil, e a Maison des Esclaves, na Ilha de Gorée. As fotos e o vídeo mostram como se processa o ritual: três homens vestidos de branco - um deles, o próprio artista, que é 'performer' e sacerdote - deslizando ramos de folhas nas paredes de casas com história ligada ao tráfico de escravos e à tortura.

Por seu turno, Edson Chagas, de 38 anos, artista angolano que participou no projecto do Pavilhão de Angola na Bienal de Arte de Veneza 2013, galardoado com o Leão de Ouro, criou um conjunto de fotos e um vídeo sobre os diversos usos de uma praia na Ilha do Cabo, desenvolvendo uma reflexão sobre a percepção que as pessoas têm dos lugares.

Os trabalhos vão ser avaliados por um júri constituído por Dana Whabira (Londres, Harare), artista e curadora, Manthia Diawara (Bamako, Nova Iorque), historiador de arte e professor da New York City University), e Salah Hassan (Cartum, Nova Iorque), historiador de arte e professor na Cornell Universtity, em Ítaca, Nova Iorque.

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