Pedro Sebastião, também chefe da Casa de Segurança do Presidente da República , falava à imprensa, na Assembleia Nacional, depois da aprovação, por unanimidade, da extensão do estado de emergência, pela terceira vez, por mais 15 dias, entre 11 e 25 deste mês, desde a primeira declaração de 27 de Março passado.
"A nossa actuação tem muito a ver com aquilo que a OMS [Organização Mundial de Saúde] orienta. Trabalhamos muito com o sistema das Nações Unidas, estamos a assistir à discussão que anda à volta deste 'Covid-orgânico'", disse.
Segundo Pedro Sebastião, a seu tempo o Ministério da Saúde vai pronunciar-se, "porque é ainda um número de países bastante reduzido que aderiu".
"Devemos ter algumas cautelas, vamos devagar", referiu o também coordenador da Comissão Multissetorial de Prevenção e Combate à Covid-19.
Pedro Sebastião adiantou que se, "eventualmente, se provar por A+B que é benéfico, Angola vai abraçar necessariamente o ponto de vista dos outros países".
"Por enquanto, estamos, tal como a grande maioria dos países, a assistir à discussão e à espera do comunicado, numa perspectiva mais científica relativamente a isso", realçou.
Para quem queira, de forma individual, utilizar o medicamento, as autoridades não se opõem, disse Pedro Sebastião, lembrando que mesmo em Angola há "uma série de produtos que são utilizados para a cura desta ou daquela doença".
O Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, anunciou, a 22 de Abril, a criação do 'Covid-Organics', uma bebida natural à base de artemísia desenvolvida pelo Instituto de Investigação Aplicada do país, para prevenir e curar a covid-19.
Desde então, vários países africanos manifestaram a intenção de experimentar o remédio e alguns, incluindo a Guiné-Bissau e a Guiné Equatorial, já receberam carregamentos da bebida.
A Organização Mundial de Saúde para África recomendou, na semana passada, que as novas terapias baseadas em farmacologia tradicional sejam submetidas a testes rigorosos antes de ensaios em grande escala.
"Os africanos merecem utilizar medicamentos testados de acordo com as normas aplicáveis aos medicamentos fabricados para pessoas no resto do mundo", adiantou a organização em comunicado.
"Mesmo quando os tratamentos são derivados da natureza e de práticas tradicionais, é essencial estabelecer a sua eficácia e segurança através de ensaios clínicos rigorosos", sublinhou.