Franco Mufinda respondia esta Sexta-feira na Assembleia Nacional à preocupação apresentada por deputados sobre a lentidão na realização de uma testagem maciça entre a população, no âmbito da aprovação do terceiro pedido de prorrogação do estado de emergência, por mais 15 dias, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus.
O país regista até à presente data 36 casos positivos, num total de pouco mais de 4000 testes, com o registo de dois óbitos e 11 pessoas recuperadas, estando a cumprir o estado de emergência, decretado no passado dia 27 de Março.
Segundo o governante, a testagem está a ser realizada em grupos populacionais diferentes e não apenas em passageiros chegados, antes da declaração da cerca nacional.
"A covid-19 trouxe um desafio, o crescimento do conhecimento, que é quase diário, e mais do que isso, a própria logística desse processo decisório, de modo que começámos com pouco mais de 100 testes doados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com o surgimento do primeiro caso suspeito e hoje temos no país uma capacidade que passou de uma feitura de 90 testes por dia para pouco mais de 350", disse.
O governante frisou que o país tem agora três pontos de testagem e prevê a expansão, até à próxima semana, a testagem em 15 províncias "com o recurso ao 'genexpert', que é o aparelho que realiza a testagem de tuberculose".
"Já distribuímos 300 zaragatoas em cada província para proceder à colheita e assim realizar a leitura do que acontece na sociedade", disse.
Franco Mufinda esclareceu que, epidemiologicamente, é impossível testar toda a população e "ninguém o faz no mundo".
"O que importa aqui é escolher uma amostra que seja representativa da sociedade, enquanto logisticamente vamos tendo acesso aos testes", indicou.
"A OMS ainda não recomendou o uso de testes rápidos, por enviesarem os resultados, nós usamos em Angola o teste de ouro, o padrão, que é o RT-PCR, é com isso e agregando a 'genexpert', que vão alargando a nossa base", acrescentou.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infectou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.