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Defesa

Angola vai formar polícias de São Tomé e Príncipe

A Polícia Nacional de Angola vai apoiar a formação e reestruturação das forças de segurança de São Tomé e Príncipe, ao abrigo de um acordo já oficializado e que reforça a cooperação entre as duas polícias.

Andre Kosters:

O protocolo, a que a agência Lusa teve hoje acesso, foi publicado a 24 de Maio, após ratificação pela Assembleia Nacional de Angola, e refere a necessidade de a polícia angolana "apoiar os programas de formação de efectivos e de reestruturação da Polícia Nacional de São Tomé e Príncipe, com vista à sua modernização".

Refere ainda o "desejo manifestado" por ambas as partes em "reforçar o acordo geral de segurança, ordem interna e protecção civil entre os Estados", em áreas como inteligência criminal, trânsito, cavalaria, cinotecnia, luta contra o terrorismo, imigração ilegal, crimes económicos, tráfico de droga, armas de fogo e explosivos, "visando a prevenção e o combate à criminalidade em geral".

A Lusa noticiou em Janeiro que os governos de Angola e de São Tomé e Príncipe pretendiam avançar com um acordo de colaboração em matéria de segurança ao nível dos estados e que envolverá também a cooperação entre as polícias dos dois países.

Os protocolos de cooperação, que resultam de um pedido de apoio do Governo de São Tomé e Príncipe, foram aprovados em reunião do Conselho de Ministros, em Luanda, e enviados posteriormente para apreciação da Assembleia Nacional.

O ministro da Administração Interna de São Tomé e Príncipe, Arlindo Ramos, pediu em Julho do ano passado o apoio de Angola no combate à imigração ilegal que se verifica no arquipélago e na prevenção de crimes internacionais, nomeadamente o terrorismo.

O governante são-tomense, que se reuniu na altura com o seu homólogo angolano, Ângelo Veiga Tavares, referiu que existem sinais de novas formas de crimes, preocupação que partilhou com Angola, no sentido de as colmatar.

"Neste momento, o Boko Haram ganha terreno e não está só sediado na Nigéria, mas vai atingindo alguns países vizinhos e nós também precisamos prevenir sobre esse aspeto", disse então o ministro.

Por outro lado, Arlindo Ramos sublinhou que o país insular tem uma proximidade da Nigéria, devido à zona conjunta que partilham, havendo uma tendência da migração nigeriana para São Tomé e Príncipe.

"Precisamos também do apoio de Angola para nós controlarmos essa migração nigeriana, que por vezes nos escapam alguns aspectos muito preocupantes", realçou o governante.

A visita serviu ainda para solicitar a ajuda de Angola na formação dos quadros da polícia.

"Precisamos mudar a forma de agir, de actuar da própria polícia e de outros serviços de apoio também à própria polícia. Foi garantida [formação] e pensamos que dentro de dias iniciaremos essa formação, porque é da nossa parte que temos que criar algumas condições, o centro de formação e Angola porá os instrutores à nossa disposição para o fazer", frisou.

Arlindo Ramos sublinhou que a polícia são-tomense tem hoje "um comando novo, com jovens", e precisa da ajuda angolana para a transformação daquele órgão, com destaque para os serviços de segurança, migração e protecção civil e bombeiros.

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