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Forças Armadas Cabindesas decretam cessar-fogo unilateral com efeito imediato

O Estado-Maior das Forças Armadas Cabindesas (FAC) anunciou no final desta Quinta-feira que foi decretado um cessar-fogo unilateral, com efeito imediato, por um período de dois meses, em todo o território da província de Cabinda.

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O comunicado refere que a decisão, em concordância com a direcção política da Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), surge após consultas internas com a direcção política da FLEC e “insere-se num desejo claro de criar um clima propício para um diálogo sério com as autoridades angolanas para pôr fim ao conflito de Cabinda”.

“A decisão da FLEC-FAC surge também na sequência da divulgação da iniciativa da UNITA [União Nacional para a Independência Total de Angola] e da proposta que disse que irá apresentar ao parlamento angolano”, refere o comunicado.

A FLEC-FAC compromete-se a criar um ambiente favorável que não afecte o desenrolar da iniciativa da UNITA, considerando que pode ser “uma oportunidade para dar um passo para o diálogo”.

Segundo a FLEC-FAC, com este passo pretende “reafirmar o seu compromisso na resolução pacífica do conflito em Cabinda e demonstrar a sua abertura ao diálogo, no estrito respeito do direito à autodeterminação do povo cabindês”.

“A FLEC-FAC reserva o direito de responder militarmente a qualquer provocação das Forças Armadas Angolanas (FAA) no território de Cabinda e de reagir vigorosamente quando a população de Cabinda for vítima de actos de violência e repressão”, sublinha a nota.

A suspensão temporária das hostilidades inicia, mas “na ausência de resultados concretos do partido angolano UNITA, o cessar-fogo terminará às 23 horas de Sábado, 14 de Junho de 2025”, determina a FLEC-FAC.

A UNITA anunciou em Março passado que vai submeter ao parlamento um projeto de resolução para “exigir o fim imediato e incondicional das hostilidades militares” na província angolana de Cabinda e “início imediato das negociações de paz”.

O grupo parlamentar da UNITA sustenta que a sociedade civil de Cabinda, os movimentos reivindicativos e a população querem e defendem o diálogo inclusivo para a resolução do problema político-militar e histórico de Cabinda.

A Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC/FAC) reivindica há vários anos a independência do território de Cabinda, província no norte, de onde provém grande parte do petróleo do país, evocando o Tratado de Simulambuco, de 1885, que designa aquela parcela territorial como protetorado português.

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