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Governo procura “solução inédita” para levar energia da rede nacional a Cabinda

O Presidente da República disse, esta Sexta-feira, que o Governo está a trabalhar “numa solução inédita” para levar energia da rede nacional à província petrolífera de Cabinda, norte do país, a partir do Soyo, na província do Zaire.

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João Lourenço, que discursava, esta Sexta-feira, na qualidade de presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), na abertura da reunião do Comité Central, em Luanda, referiu que, com o fornecimento de energia a Cabinda, a partir da rede nacional, o país vai poupar recursos financeiros que gasta na aquisição de combustíveis.

"Estamos a trabalhar numa solução inédita para levar energia da rede nacional para Cabinda a partir do Soyo e, com isso, descontinuar a utilização das centrais térmicas, que são grandes consumidoras de combustíveis fósseis, inimigos do ambiente", afirmou.

O líder do MPLA frisou que a reunião do Comité Central, antecedida do encontro do Bureau Político do MPLA, vai debater o tema sobre o estado do sector de energias e águas, sobretudo com os novos investimentos em vista.

Segundo João Lourenço, Angola está a produzir já cerca de 6400 megawatts, dos quais consome cerca de metade, o que aponta para a necessidade de priorizar, a partir de agora, o investimento, "de preferência privado", no transporte e distribuição da energia produzida.

"Para que possamos aumentar o consumo industrial e doméstico e vender energia para os nossos vizinhos, injectando-a na rede da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral], a sul do nosso país, assim como transportar para a região do chamado Copperbelt, na Zâmbia, numa extensão de 1300 quilómetros a partir de Laúca", disse João Lourenço.

João Lourenço destacou os grandes projectos em fase de execução ou programados, como a barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça, os projectos Bita e Quilonga, para reforço do abastecimento de água à cidade de Luanda, que está neste momento com mais de 12 milhões de habitantes e os grandes projectos de armazenamento de água como o da Cova do Leão, Ndue e Calucuve, no Cunene, e os projectos do Curoca, Carojamba, Giraúl, Namangando, Bero e Bentiaba, no Namibe.

Relativamente ao sector da saúde, João Lourenço frisou que é "cada vez mais visível aos olhos de todos" que o Governo está a fazer "uma verdadeira revolução no sector da saúde, em todos os escalões de atendimento", admitindo haver "ainda muito por fazer".

"É evidente que, para garantir a saúde dos angolanos, precisamos também de prestar maior atenção ao saneamento básico das cidades e vilas, melhorar a dieta alimentar dos cidadãos, através do aumento da produção interna de bens alimentares (...), esforço esse que vem sendo feito pelos nossos agricultores e fazendeiros, mas sobretudo pelos camponeses, no quadro da agricultura familiar", disse.

No plano internacional, o líder do MPLA sublinhou que "o mundo está a viver um momento desafiador, que não pode deixar ninguém indiferente, pelo facto de estar o destino e o futuro de toda a humanidade em perigo e não só pelas rápidas e crescentes alterações climáticas, mas sobretudo pela real ameaça à paz e segurança mundiais, com os conflitos em curso em África, na Ásia, na Europa e no médio Oriente".

"A invasão e anexação de territórios da Ucrânia pela Rússia é algo que viola e fere gravemente a Carta das Nações Unidas, o direito internacional, a sã convivência entre as nações e a paz conquistada com muito sacrifício pelas forças aliadas ao derrubar o nazismo em 1945", disse, realçando que o velho conflito entre o Israel e a Palestina atingiu hoje "níveis de crueldade jamais imaginados e a tentativa de um eliminar o outro não é realista por muito que alguma das partes confie no poder militar que tem ou que pode mobilizar junto dos seus aliados".

A solução, prosseguiu, é os dois Estados conviverem de forma pacífica: "E quanto mais tempo se levar, a se criar e reconhecer o estado da Palestina, maior será o sofrimento de ambos os lados, de ambos os povos", concluiu.

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