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Defesa

Sentença de activistas será conhecida esta Quinta-feira

A sentença do julgamento dos jovens activistas, detidos no Sábado, em Luanda, na sequência da tentativa da realização de uma manifestação, será conhecida esta Quinta-feira, anunciou a defesa, que espera absolvição.

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Segundo o advogado Simão Afonso, dos 22 jovens, que estão a ser julgados desde Segunda-feira pelo Tribunal da Comarca de Luanda, cinco não são manifestantes e entre eles estão três "caçadores de óbito", pessoas que se concentram à entrada dos cemitérios ávidos em chegarem até às residências de pessoas que morreram apenas para comerem.

Os arguidos estão a ser acusados do crime de realização de motim e desobediência à ordem de dispersão, acusações que a defesa contesta, alegando que estes tinham a autorização para a realização da manifestação.

Simão Afonso disse que a maior parte dos manifestantes foram detidos no largo do Cemitério da Santa Ana, onde se encontravam "apenas para realizar uma manifestação que foi autorizada".

"A polícia dirigiu-se apenas no local para deter", disse esta Quarta-feira à Lusa o advogado, recordando as dificuldades e impedimentos para contactar os seus constituintes após a detenção destes no Sábado.

O advogado contou que teve apenas contacto com os arguidos e com o respectivo processo no primeiro dia de audiência em tribunal, na Segunda-feira passada, e as acusações, frisou, "não colhem e não têm qualquer sustentação do ponto de vista factual".

"Até hoje ouvimos todos os declarantes e os arguidos e foram apresentadas as alegações da defesa, foi suspensa a audiência e amanhã será ditada a decisão", salientou.

Pelo menos três mulheres, nomeadamente uma grávida e outra com um bebé ao colo, detidas igualmente no Sábado, "mas em local distante da concentração dos manifestantes", estão arroladas no processo.

O advogado, que acredita na absolvição incondicional dos arguidos, reiterou que as acusações não colhem, porque, realçou, as detenções de duas destas mulheres ocorreram em locais diferentes.

O Bloco Democrático (BD) "deplora e repudia com veemência" as prisões dos referidos activistas e refere que estes foram mantidos em "condições deploráveis nas masmorras da esquadra Farol das Lagostas ao arrepio da lei e em flagrante violação dos seus direitos de cidadania".

O BD, em comunicado tornado público na Segunda-feira, diz que "estes activistas cívicos foram presos porque pretendiam dar início à uma manifestação contra a Indra (empresa seleccionada para gerir o processo eleitoral) e pela libertação dos presos políticos, no dia 9 de Abril, apesar desta ter sido convocada nos termos da Constituição e da Lei da Liberdade de Manifestação e as autoridades competentes terem sido atempadamente notificadas do facto".

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