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Polícia contesta justiça popular em Luanda e promete campanhas para travar fenómeno

A polícia em Luanda repudiou esta Quarta-feira os actos de justiça por mãos próprias, que se registam na capital, assumiu não ter estatísticas, mas assegura que decorrem diligências para se encontrar o autor do crime de Terça-feira.

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Segundo o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, a corporação, que "repudia os actos que configuram justiça por mãos próprias, tem realizado acções de sensibilização para se inibir a prática" deste tipo de linchamentos populares.

O Comando Provincial de Luanda "tem um programa, uma estratégia no âmbito do policiamento de proximidade a nível dos comandos municipais que visam os encontros com a população de forma desestimular e consciencializar as populações de que não é o procedimento mais correcto", disse.

Nestor Goubel, que falava esta Quarta-feira em conferência de imprensa de apresentação dos resultados da operação policial dos últimos sete dias, explicou que "estão em curso diligências" para se determinar o autor do incêndio que matou, na Terça-feira, um suposto assaltante, no quadro de um linchamento.

"É um acto reprovável que configura também crime, não podemos aceitar que se faça justiça por mãos próprias e, nesta altura, as diligências estão em curso para se determinar quem no meio da população foi o autor ou presumível autor que terá ateado fogo ou carbonizado o meliante", realçou.

A vítima foi queimada viva por populares, nesta Terça-feira, após uma suposta tentativa de assalto, numa avenida movimentada em frente a um dos principais centros comerciais da cidade de Luanda, em Angola.

O facto, que se configura num acto de justiça popular, junta-se aos que são reportados, quase semanalmente nas redes sociais.

Questionado se o reiterado recurso pela justiça popular não é sintomático de insegurança no seio da população, Goubel preferiu relativizar o tema, referindo que "às vezes as pessoas se sentem inseguras por ouvir falar de um determinado crime" e não por terem sido vítimas de qualquer caso.

"Estamos a falar de sentimento de segurança ressentida, sentem-se inseguras porque ouviram dizer, hoje as redes sociais também têm este condão, como o fenómeno do jovem carbonizado, e isso também produz ainda um sentimento de insegurança", frisou.

Pelo menos 26 cidadãos, presumíveis autores de diversos crimes, foram detidos em Luanda, nos últimos sete dias, período em a polícia apreendeu igualmente 10 armas de fogo e uma de brinquedo e recuperou quatro viaturas e 13 placas de televisores.

O oficial da polícia, que apresentava os resultados da operação, fez saber que a acção, que resulta de um trabalho intensivo para esclarecer e elevar o sentimento de segurança à população, foi desenvolvida pelo departamento provincial de Investigação e Ilícitos Penais.

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