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Governo admite que pobreza no país aumentou para “mais de 54 por cento”

O Governo assumiu esta Sexta-feira que a pobreza multidimensional no país se tenha “agravado para mais de 54 por cento”, sobretudo devido às “dificuldades impostas pela covid-19”, que se juntam ao “excesso de chuvas, à seca e outras calamidades”.

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Segundo o ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, que admitiu um "aumento da população em condição de vulnerabilidade no país", os dados sobre a pobreza em Angola estão a ser permanentemente actualizados.

"Os dados mais recentes da pobreza multidimensional, publicados pelo INE [Instituto Nacional de Estatística], davam um nível preocupante de pobreza em Angola na ordem de 54 por cento, sabemos que este número poderá ter-se agravado, sobretudo no último ano", afirmou esta Sexta-feir o ministro, quando questionado pela Lusa.

Para Sérgio Santos, a covid-19 contribuiu para o "aumento do grau de vulnerabilidade" de muitas famílias no país, que perderam o seu rendimento em consequência da pandemia, agravado com "situações preocupantes como excesso de chuvas ou a falta delas".

As "calamidades naturais poderão também ter tirado rendimento a muitas famílias, portanto esses dados têm de ser permanentemente actualizados", apontou.

O ministro falava esta Sexta-feira no final de cerimónia de apresentação do programa sobre o "Reforço das Sinergias entre a Protecção Social e a Gestão das Finanças Públicas", orçado em 1,8 milhões de euros, financiados pela União Europeia (UE).

O governante considerou que o programa apresentado visa melhorar a condição de vida dos angolanos, porque o "nível de vulnerabilidade no país ainda é elevado" e, com a crise da covid-19 e outras situações, a população vulnerável tem estado a aumentar.

"Por isso, queremos agradecer aos nossos parceiros de desenvolvimento, porque a preocupação principal do nosso Governo é com o bem-estar social, o que queremos com todos os programas que temos é melhorar a condição de vida dos angolanos", assinalou.

O programa lançado esta Sexta-feira, em Luanda, que será implementado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), prevê fortalecer a capacidade das instituições públicas para aumentar o orçamento e melhorar a prestação de serviços de proteção social em Angola.

Sérgio Santos reiterou a agradecimento do Governo para com as Nações Unidas e a UE "neste momento que é difícil para todos os países do mundo".

Considerou o momento "muito importante" na cooperação com os parceiros internacionais porque, notou, é preciso "fazer tudo para não deixar ninguém para trás", para apoiar as populações, "principalmente aquelas mais vulneráveis".

O envelope de financiamento da União Europeia "é destinado para oito países do mundo, Angola foi selecionada como sendo um país preocupado com o desenvolvimento social, alinhado com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável".

A "melhoria de sinergias" entre os vários departamentos ministeriais dedicados aos três pilares da protecção social no país, nomeadamente a protecção social de base, segurança social e complementar, consta entre as "acções imediatas" a serem desenvolvidas.

"Pensamos que com este esforço financiado pela UE vamos poder, até ao final do projecto, em 2022, trazer coisas concretas para melhorar as sinergias dos nossos programas na área social", frisou.

Um dos produtos concretos desta sinergia, sublinhou Sérgio Santos, vai ser a melhoria das estatísticas.

"Portanto, aos beneficiários dos programas sociais, queremos promover maior digitalização, capacitação dos técnicos que trabalham com a protecção social e melhor alinhamento dos programas por forma a optimizarmos os poucos recursos que temos", rematou.

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