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Economia

Coronavírus leva a perdas na ordem dos 500 milhões em empresas chinesas no país

As empresas chinesas em Angola estão a perder dinheiro devido à pandemia do covid-19. De acordo com o vice-presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Francisco Shen, as empresas estão a perder entre 350 a 500 milhões de dólares.

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A chegada do surto ao país tem sido bastante prejudicial para as empresas chinesas, disse Francisco Shen. De acordo com o responsável, os números de 2019 foram animadores, mas 2020 está a deixar os negócios tremidos.

No ano passado o volume de negócios chegou aos 2,86 mil milhões de dólares e as empresas fizeram um investimento na ordem dos 206 milhões de dólares, disse, em declarações ao Jornal de Angola. Este ano "a situação económica das empresas chinesas em Angola está a piorar. Se a situação não melhorar, essas perdas vão ultrapassar os 500 milhões de dólares", alertou.

Durante os primeiros três meses de 2020, os negócios chineses presentes no nosso país têm registado perdas consecutivas e muitos empresários têm optado por regressar à China. "Várias empresas chinesas que regressaram à China participaram de forma activa na transformação e modernização do país, nos sectores da construção civil, indústria, agricultura, pesca, mineração, educação, comércio e restauração", disse.

Francisco Shen revelou que no ano passado as empresas chinesas conseguiram subsistir mesmo com dificuldades, no entanto, com a pandemia os problemas parecem não ter solução: "Os investimentos estão suspensões em função da situação da desvalorização da moeda nacional e o custo de produção está cada vez mais elevado".

O dirigente associativo detalhou que, de Janeiro a Dezembro de 2019, o volume comercial bilateral entre a China e Angola atingiu 25,71 mil milhões de dólares, uma queda de 8,35 por cento em relação ao ano anterior.

O quadro de exportações chinesas para Angola, em 2019, atingiu em 2.056 mil milhões de dólares, tendo registado uma queda de 8,78 por cento em relação ao ano anterior e, as importações atingiram os 23.654 mil milhões, com queda de 8,31 por cento.

Em relação às limitações ao horário de actividade das empresas, devido ao estado de emergência que vigora em Angola, adiantou que as firmas chinesas têm cumprido de forma rigorosa as medidas, estando todas elas temporariamente fechadas.

"Todo o pessoal fica de quarentena domiciliar. Por exemplo, a Cidade da China e o Kilamba Shopping também foram, temporariamente, fechados. Todos fazemos o uso da máscara, lavagem das mãos, uso de desinfectantes e medição da temperatura", referiu ao mesmo jornal.

No entanto, o responsável revelou que o país asiático continua disponível para investir em Angola. "Embora tenhamos dificuldades nos negócios, estamos confiantes que a pandemia é temporária. Com os esforços de todos, venceremos o coronavírus e a situação económica vai melhorar", afirmou.

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