Falando em conferência de imprensa realizada em Luanda em representação do comité permanente da Comissão Política do partido a propósito do registo eleitoral, o porta-voz da União Nacional para a Independência Nacional de Angola (UNITA), Alcides Sakala, lamentou que algumas áreas do país tenham ficado de fora do mesmo, que terminou a 31 de Março.
O processo eleitoral garantiu o registo de 9.757.671 eleitores, número que a UNITA considera "questionável", por "ignorar os dados do censo de 2014 e representar a adição de realidades distintas".
"Adiciona às operações de prova de vida, as operações de pedidos de emissão de segunda via e as operações de actualização de moradas. Estas últimas operações são meros apêndices às operações de prova de vida, pelo que, se forem consideradas parcelas da adição para se obter o total de eleitores registados, o número apresentado do universo eleitoral pode estar viciado", argumenta o maior partido da oposição.
Segundo a UNITA, é preciso que se confirme "com segurança, competência e imparcialidade, que todos os dados existentes no FICRE (Ficheiro Informático Central do Registo Eleitoral) foram de facto incorporados na BDCM (Base de dados de Cidadãos Maiores) e no FICM (Ficheiro Informáticos de Cidadãos Maiores)".
Para a UNITA, antes da elaboração dos cadernos eleitorais devem ser publicadas listas com a identificação dos eleitores registados e constantes no FICRE em 2012 que não fizeram prova de vida neste processo, entre Agosto de 2016 e Março de 2017.
"A UNITA recorda que o registo eleitoral e todas as demais fases do processo eleitoral devem ser controladas pelo povo soberano de Angola e que nenhum governante em fim de mandato tem legitimidade para criar obstáculos à verificação da integridade, lisura e transparência do Ficheiro Informático dos Cidadãos Maiores, que será utilizado para a elaboração dos cadernos eleitorais", referem.