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BPI: Santoro “empenhada” em resolver excesso de exposição do banco a Angola

A Santoro Finance garantiu hoje que, apesar de as negociações para alcançar um acordo com o CaixaBank relativamente ao BPI terem fracassado, continua empenhada em resolver o problema do excesso de exposição do banco português a Angola.

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"A Santoro sempre esteve empenhada em contribuir para uma solução do problema, criado pelo BCE [Banco Central Europeu], do risco de exposição do BPI a Angola e, por isso, afirma que, apesar da legislação do Governo português e da OPA do CaixaBank ao BPI, este dossiê ficou por resolver", lê-se num comunicado divulgado pela Santoro.

No documento, a sociedade angolana que é controlada por Isabel dos Santos - e que é o segundo maior accionista do BPI, atrás do catalão CaixaBank - realçou que "no entretanto, o CaixaBank já beneficiou os seus cofres em cerca de 235 milhões de euros". E destacou: "Mantemos a nossa intenção de conduzir este processo de forma a responder aos interesses de todas as partes envolvidas, respeitando sempre os princípios da idoneidade e transparência".

O CaixaBank reagiu ao falhanço das negociações com a Santoro Finance com o lançamento de uma nova Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o Banco BPI, oferecendo uma contrapartida de 1,113 euros por cada acção.

O banco catalão (o maior accionista do BPI, com 44,10 por cento) já fez o anúncio preliminar da operação ao mercado, passo necessário para se dar início a este processo com o qual o CaixaBank quer ficar a controlar mais de 50 por cento do banco liderado por Fernando Ulrich.

No ano passado, o CaixaBank lançou uma OPA sobre o BPI, que acabou por fracassar por não ter sido conseguida a desblindagem dos direitos de voto, condição considerada essencial para a operação avançar.

Então, foi oferecido 1,329 euros por cada acção, o que valorizava o banco português em perto de 1,9 mil milhões de euros.

Já na OPA voluntária anunciada esta segunda-feira, o banco catalão oferece 1,113 euros, ou seja, o BPI é avaliado em 1,6 mil milhões de euros.

O anúncio da OPA surgiu na segunda-feira, um dia depois de o banco português ter avisado o mercado de que tinha ficado sem efeito um princípio de acordo entre o Caixabank e o segundo maior accionista do banco, os angolanos da Santoro Finance, sobre o controlo da instituição portuguesa.

O princípio de acordo, anunciado a 10 de Abril, visava resolver o problema da elevada exposição do banco português a Angola.

Apesar de o Banco de Fomento Angola (BFA) ter representado no ano passado mais de 50 por cento do lucro do BPI, ou seja, 135,7 milhões de euros de um total de 236,4 milhões, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou em 2014 a alteração da forma de contabilização dos bancos europeus com negócios em Angola, penalizando o capital.

O BPI passou então a ter de reduzir a sua exposição àquele país, mas isso fez vir ao de cima as divergências entre o Caixabank, o principal accionista do BPI - com 44,10 por cento do capital social, apesar de só poder exercer 20 por cento dos votos - e a Santoro, da empresária Isabel dos Santos, que detém 18,58 por cento do capital.

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