O enviado de António Guterres, Huang Xia encontrou-se esta Segunda-feira em Luanda com o ministro das Relações Exteriores, Téte António, para analisar questões de paz e segurança na região, no âmbito da preparação da próxima reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), agendada para 16 de Abril.
Em nota tornada pública esta Segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores sinaliza que a próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU vai abordar a situação de segurança na região dos Grandes Lagos.
À saída do encontro, Huang Xia, citado no comunicado, destacou o "papel fundamental de Angola neste processo".
Segundo o diplomata, as Nações Unidas consideram Angola um país importante na questão de paz e segurança nos Grandes Lagos, "seja no plano histórico como na questão dos objectivos actuais, principalmente aqueles que são urgentes".
O enviado especial do secretário-geral da ONU reconheceu também os esforços empreendidos pelo Presidente, João Lourenço, e enalteceu a sua liderança na procura de uma solução abrangente para a crise na Região dos Grandes Lagos, lê-se no comunicado.
Huang Xia reiterou que as Nações Unidas depositam grandes expectativas em Angola e na liderança do Presidente angolano (actual Presidente em exercício da União Africana) para a concretização de avanços significativos na pacificação dos Grandes Lagos.
O Presidente, João Lourenço, anunciou esta Segunda-feira o abandono da mediação do conflito entre a República Democrática de Congo (RDCongo) e o Ruanda (que constitui preocupação da Região dos Grandes Lagos), depois de fracassadas as negociações directas com o M23 por factores "externos" ao processo africano.
A Presidência fez saber, através de um comunicado, que Angola se empenhou "com toda a seriedade, energia e recursos" desde que a União Africana incumbiu o chefe de Estado da responsabilidade de mediar o conflito, apontando os progressos alcançados após sucessivas rondas de conversações.
Entre estes, destacou a promessa de neutralização dos guerrilheiros das Forças Democráticas pela Libertação do Ruanda (FDLR, grupo de resistência que congrega parte dos hutus do leste da República Democrática do Congo), por parte da RDCongo, enquanto o Ruanda se comprometia a retirar as suas Forças de Defesa do território congolês.