O investimento, afecto ao Grupo Naval – conglomerado de várias empresas que actuam nos sectores do comércio, indústria e serviços –, visa transformar o sector de óleos alimentares em Angola e garantir uma quota de mercado superior a 50 por cento.
Em declarações aos jornalistas, no âmbito da cerimónia de inauguração, o chefe de Estado considerou que o país está "no caminho certo" que levará à "segurança alimentar".
"Ao inaugurar este projecto, fico com a impressão de que estamos no caminho certo, no caminho que nos vai conduzir à segurança alimentar, porque hoje não só produzimos, como começamos a transformar os produtos do campo", disse.
"Esta unidade fabril está vocacionada para isso, embora, pelas explicações que recebemos, de momento ainda se esteja a importar o óleo bruto e aqui só se está a refinar. Mas toda esta indústria está preparada para que os nossos camponeses, os nossos agricultores passem, num futuro que esperamos breve, a fornecer e abastecer esta unidade com o grão que eles necessitam para transformá-lo em óleo refinado, pronto para o consumo humano", acrescentou.
Questionado sobre a eventual possibilidade de os preços dos óleos alimentares virem a baixar com a abertura desta fábrica, João Lourenço disse que "tudo depende da oferta".
"Quanto maior for a oferta, quanto maior for a diferença entre a oferta e a procura — diferença a favor da oferta —, tendencialmente os preços baixam. Portanto, é tão simples quanto isso. Isto é universal, é assim em todo o mundo", apontou.
O ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, referiu, na ocasião, que, com a entrada em produção da Refitec, Angola passa a contar com uma capacidade total de 1300 toneladas por dia de óleo alimentar, devendo alcançar 1700 toneladas por dia com a entrada em funcionamento "para breve" de mais uma fábrica em Luanda.
"Este projecto é um elo vital na cadeia produtiva de óleos alimentares, sector estratégico para a soberania alimentar angolana. Ao processar localmente reduzimos as importações, fortalecemos a moeda nacional e criamos empregos qualificados", apontou.
Por sua vez, o director financeiro do Grupo Naval, Eduardo Barbosa, deu conta que o conglomerado empresarial investiu entre 2019 e 2022 cerca de 200 milhões de dólares na industrialização da cadeia alimentar de Angola.
O complexo industrial (com uma linha de enchimento capaz de embalar mais de 1.000.000 de litros de óleo por dia) opera com tecnologia de ponta e padrões rigorosos de sustentabilidade, sistema de tratamento de afluentes, controlo de emissões atmosféricas e reaproveitamento de resíduos industriais, explicou ainda o empresário.