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Sistec já investiu mais de dois milhões de dólares no ramo das energias renováveis este ano

Apesar da crise económica que o país atravessa, a Sistec não desiste de reforçar o crescimento do seu negócio. Só este ano, a empresa - que daqui a cerca de três meses completa três décadas de existência no mercado nacional - já investiu mais de dois milhões de dólares no ramo das energias renováveis.

: António Candeias, presidente do Conselho de Administração da Sistec
António Candeias, presidente do Conselho de Administração da Sistec  

Dedicada ao sector da tecnologia, a Sistec, que se destaca pelos seus serviços nas áreas da ciber-segurança, decidiu também apostar num segmento na área das energias renováveis.

"O que nos levou a abraçar o projecto é a constatação de problemas no sector de energia, principalmente no interior do país nas zonas mais recônditas. Com o segmento das energias renováveis, podemos montar equipamentos a baixo custo para o fornecimento de energia eléctrica com um investimento de mais de dois milhões de dólares, mas o processo é dinâmico", disse António Candeias, presidente do Conselho de Administração da Sistec, em entrevista ao jornal O País.

O responsável fez ainda saber que o interesse das empresas neste ramo tem vindo a ser notado. "Já fizemos algumas vendas" para o segmento das energias renováveis, disse, acrescentando que "nos próximos meses" vão começar com as campanhas publicitárias.

Na entrevista, o responsável também falou sobre como a pandemia mudou um pouco a estratégia da empresa. Admitindo que a covid-19 não veio facilitar o ambiente de negócios, António Candeias indicou que sofreram uma quebra na fracturação. "Neste momento, estamos a tratar do fecho das contas, ainda não temos números definitivos. Acredito que a quebra de facturação seja na ordem dos 20 por cento", revelou.

A par da facturação, a importação de equipamentos também foi afectada. "Houve um conjunto de factores externos na empresa que que limitam a actividade e tivemos dificuldade para efectuar pagamentos ao exterior", disse.

De acordo com o responsável, a empresa importa equipamentos de vários países entre os quais Portugal, Holanda, China e África do Sul. Contudo, a lista de importações é liderada pelo Dubai, Estados Unidos da América e Itália, que têm "servidores regionais".

Sobre o investimento, António Candeias contou ao O País que houve uma redução na ordem dos 35 por cento e revelou que por ano, a empresa faz investimentos "na ordem de 10 milhões de dólares".

Segundo o responsável, a empresa tem neste momento 10 lojas abertas: sete em Luanda, uma em Benguela, uma na Huíla e uma no Huambo. "Abrimos uma loja nova no início de 2020. Nesta fase, temos mais duas lojas em reabilitação, no sentido de aumentar a oferta de produtos aos nossos clientes. Ainda existe muita burocracia e provoca alguns constrangimentos", avançou.

Revelando que desde o início da crise foram obrigados a fechar 10 lojas, António Candeias não afastou a hipótese de estas voltarem a abrir portas. Segundo responsável tudo vai depender da evolução da economia, porque a empresa não se desfez das instalações das lojas. "Estamos à espera que haja condições", frisou.

António Candeias também falou sobre as distinções que a empresa tem vindo a receber. "A atribuição de certificados e distinção resume-se a uma palavra: trabalho. Temos formação interna permanentemente. Apostamos em equipamentos de qualidade, garantimos assistência técnica nos produtos que comercializamos. Por exemplo, desde o início da Superbrand todos os anos somos eleitos para o prémio", avançou.

Localizada em Luanda, a empresa abriu portas em Junho de 1991, com 30 funcionários. "Na altura, tinha apenas área de fotocopiadora e a informática, posteriormente desenvolveu outros sectores (...). Atingimos o pico em 2014 com a presença em várias províncias nomeadamente, Cabinda, Bengo, Saurimo, Uíge, Cuanza Sul, Huambo, Benguela, Huíla, Namibe e Bié, com 1500 trabalhadores. Em Dezembro de 2019, fomos obrigados a dispensar 50 por cento dos trabalhadores. Já em 2020, mantemos os postos de trabalho. Actualmente, com o problema da covid-19, mantemos 30 por cento dos trabalhadores em casa a fazerem teletrabalho".

"Neste momento, estamos a melhorar as infra-estruturas existentes. No entanto, queremos continuar a crescer, apesar da crise económica e da pandemia da covid-19. Desde o início da crise, temos estado numa fase de restauração contínua", completou.

Em três décadas, a Sistec já formou mais de 50 mil formandos. "Penso que somos o centro de formação mais antigo no país. Estamos neste segmento há 30 anos, inicialmente começámos com o curso de informática na óptica do utilizador, folhas de cálculo, línguas estrangeiras, secretariado, gestão de stoks. Temos um centro de formação profissional que ministra os seguintes cursos: excel inicial, informática, hardware, secretariado executivo, contabilidade, gestão de recursos Humanos, excel avançado", disse.

No que diz respeito à responsabilidade social, a empresa tem desenvolvido várias "acções de apoio e patrocínio à cultura e ao desporto. Iniciativas como a corrida de São Silvestre em Luanda ou o apoio à banda desenhada, entre outras, deixaram uma marca indelével", finalizou.

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