"O preço do barril de crude desceu para cerca de 56 dólares por barril, mais perto dos 55 usados pelo Governo de Angola na elaboração do orçamento para este ano; se a situação piorar não descartamos uma revisão do Orçamento para garantir que o saldo orçamental seja zero", escrevem os analistas.
De acordo com o mais recente relatório sobre as economias africanas, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, Angola é um dos países com um relacionamento mais próximo com a China, e por isso "não está imune aos impactos negativos que o surto deverá ter a nível global".
Os analistas do Standard Bank lembram que as vendas da China a Angola representavam 13,3 por cento das importações totais, e as vendas de petróleo ao gigante asiático valiam quase 70 por cento do total.
"No segundo trimestre do ano passado a dívida soberana de Angola à China representava 47 por cento da dívida externa total; a incerteza sobre o impacto da propagação do vírus já afectou os preços do petróleo e tem o potencial de deprimir ainda mais a economia angolana", alertam os analistas.
Os riscos sobre estas previsões, de resto, são descendentes, já que o declínio da produção de petróleo agrava o risco de adiamento da recuperação: "Continuamos em dúvida sobre se a produção petrolífera vai estabilizar nos actuais níveis, à volta de 1,4 milhões de barris diários, ou se vai cair mais nos campos já antigos devido à quebra da produção e progresso lento nos investimentos", dizem, concluindo que, "seja como for, mantém-se, para já, a previsão de crescimento da economia em 1,4 por cento este ano".