Na abertura da cerimónia de lançamento do Relatório Anual dos Mercados da Bolsa de Dívida e Valores de Angola 2019, a ministra das Finanças, Vera Daves, apontou um "longo caminho a percorrer" em face das actuais "incertezas de crescimento das economias mundiais e angolana".
Segundo a governante, o contexto actual é também agravado pela propagação do coronavírus, referindo que a situação "vai exigir o melhor" das autoridades em termos de "engenho, criatividade, coragem e resiliência".
"Obviamente que temos de encarar as dificuldades com pragmatismo e realismo", afirmou, apelando aos angolanos a "não perderem a confiança", a sua "característica positivista" e "deixarem de lado o negativismo".
Para Vera Daves, é necessário que os cidadãos mantenham a "força anímica" para enfrentarem o conjunto de desafios com "positivismo, coragem e comprometidos em encarar este momento menos bom".
O economista, Francisco Paulo, admitiu, na quarta-feira, que a situação do Covid-19 na China, principal parceiro comercial de Angola, deverá "reduzir as receitas" das exportações petrolíferas e "implicar na importação" de bens e serviços para o país.
A China é o principal destino das exportações do petróleo bruto angolano e grande parte da matéria-prima para a pequena indústria transformadora de Angola provém do país asiático.
No entanto, a ministra das Finanças disse, por outro lado, que apesar das incertezas, o compromisso do órgão que dirige com o "reequilíbrio das contas públicas vai continuar".
Angola "ainda não está a trabalhar num cenário de revisão orçamental por causa dessas incertezas", mas obviamente, observou, que "estamos a acompanhar de perto a evolução dos indicadores económicos nacionais e internacionais".
"Vamos continuar a acompanhar de perto, sem romantismo, sem ingenuidade, com realismo e sempre com o foco em reequilibrar as contas públicas, assegurar a sustentabilidade da dívida e apoiar o crescimento da nossa economia e desenvolvimento sustentável e inclusivo", rematou a governante.