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Economista admite redução nas receitas petrolíferas e na importação de bens por causa do Covid-19

O economista Francisco Paulo admite que o impacto do Covid-19 na China, principal parceiro comercial de Angola, vai afectar as receitas do petróleo e as importações de bens e serviços para o país, cuja escassez deve ser acautelada.

: Lusa
Lusa  

A China é o principal destino das exportações do petróleo bruto do nosso país e grande parte da matéria-prima para a pequena indústria transformadora de Angola provém do país asiático.

Segundo o economista, que receia um "agravamento dos preços" em Angola devido aos condicionalismos do novo coronavírus, a retracção da economia chinesa "vai afectar as receitas das exportações angolanas" e terá impacto na redução de divisas.

"Poderá implicar menos divisas para o país, aliás, a China não é apenas o destino das nossas exportações de petróleo, mas também figura no top 3 de países de onde Angola mais importa, depois de Portugal e Singapura", argumentou.

O especialista entende também que a pequena indústria transformadora angolana, dependente da matéria-prima originária na China, epicentro do Covid-19, poderá ser afectada se a suspensão de trabalho prevalecer nas províncias chinesas de onde Angola importa com regularidade.

"Então, podemos ser afectados não só pelas receitas petrolíferas, mesmo também [pelo lado da] importação", notou o também investigador no Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola.

Angola desenvolve planos de contingência e medidas de controlo nos principais pontos de entrada do país e decretou, a partir de 3 de Março, a proibição da entrada de cidadãos estrangeiros vindos da China, epicentro do Covid-19, Coreia do Sul, Irão, Itália, Nigéria, Egito e Argélia, países com casos autóctones ou registados de coronavírus.

O surto de Covid-19, que pode causar infecções respiratórias como pneumonia, provocou mais de três mil mortos e infetou mais de 92.000 pessoas, em cerca de 70 países e territórios, incluindo cinco em Portugal.

Comentando a necessidade de Angola fechar ou não as fronteiras com os principais parceiros comerciais, Francisco Paulo sublinhou que boa parte das importações angolanas chegam por via marítima, defendendo "estratégias" para mitigar eventual escassez de produtos essenciais.

Para o investigador do CEIC, a actual contingência deve agravar os preços, em caso da redução na importação de bens e serviços, devendo, por isso, ser elaborado um plano de avaliação do actual 'stock'.

"Acredito que o Ministério do Comércio, que gere a importação dos principais produtos da cesta básica, tenha um plano semestral ou trimestral de avaliação do nível do 'stock' existente e espero que estejam a levar isso em consideração", adiantou.

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