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Angola ainda importa mais de 90 por cento das sementes para a produção agrícola

Angola ainda importa 90 a 95 por cento das sementes para a produção agrícola do país, mas a quantidade adquirida não atende 50 por cento das necessidades do sector, disse o titular da pasta da Agricultura e Florestas.

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Marcos Nhunga falava à imprensa, à margem da mesa redonda sobre Diálogo Político em Produção, Disponibilidade e Acesso dos Agricultores a Sementes Melhoradas para o Fomento Agrícola em Angola, no âmbito do Projecto de Desenvolvimento de Competências para a Inovação dos Sistemas Agrários (CDAIS), que se realiza em Luanda. 

O ministro referiu que Angola tem que fazer um esforço grande para resolver a questão dos pressupostos para o desenvolvimento da agricultura, em primeiro lugar a necessidade de o país produzir sementes. 

"E para produzir sementes, porque nós não detemos as variações tecnológicas, temos de criar parcerias com empresas da região, que têm muita experiência nesse ramo, como, por exemplo o Zimbabué, África do Sul e Zâmbia, que são países que produzem as suas sementes. Temos de ter empresas nacionais que criem parcerias com outras da região e também do mercado internacional", disse o ministro.

O governante frisou que o país importa entre 90 a 95 por cento das sementes que utiliza, salientando que o encontro visa discutir com os parceiros do Governo, nomeadamente a União Europeia (UE), o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) e produtores nacionais "como pode o país sair da situação".

Segundo Marcos Nhunga, a solução para o actual quadro passa pela sensibilização e mobilização do sector privado, para que os empresários angolanos se empenhem na produção nacional de sementes, principalmente naquelas culturas que entram na dieta alimentar angolana - milho, feijão e arroz.

"O país gasta muito dinheiro, mas as sementes que temos adquirido não têm chegado nem para 50 por cento das necessidades do país. O país não dispõe de valores para poder comprar sementes para toda a agricultura, é impossível", explicou.

"Há toda uma necessidade de produzirmos a semente no nosso país. Depois da semente temos de pensar, e é nesse esforço que estamos a trabalhar, na questão dos fertilizantes, dos pesticidas, na montagem de tratores, do sistema de rega, que são elementos fundamentais para o desenvolvimento de qualquer agricultura", salientou.

Para o ministro, acima da produção local de sementes está a necessidade de os produtores nacionais terem acesso ao crédito bancário.

"Os agricultores que têm de produzir sementes têm de ter facilidade na obtenção do crédito e é um aspecto que no executivo estamos a discutir para que os agricultores sejam os primeiros a beneficiarem de crédito para produzirem cá", disse.

Na intervenção na abertura da reunião, o governante referiu também que as limitações de disponibilidade e acesso dos agricultores às sementes de alta qualidade constituem um dos maiores entraves ao desenvolvimento do setor agrícola.

O Plano de Desenvolvimento Nacional (2018-2022) estabelece que a disponibilidade de sementes deve passar de 10 por cento em 2017 para 40 por cento em 2022.

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