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Investigadores portugueses descobrem novo crocodilo marinho em Angola

Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (Portugal) descobriram um novo crocodilo marinho pré-histórico na costa angolana, que oferece nova perspectiva da evolução da vida marinha no final do período Cretácico.

: João Lima / Nova FCT
João Lima / Nova FCT  

A descoberta do fóssil na província do Namibe, anunciada esta Terça-feira, foi liderada pelo paleontólogo Arthur Maréchal, e vai ajudar a reconstituir a vida nos oceanos africanos antes do cataclismo global de há 66 milhões de anos, segundo um comunicado da Nova FCT.

"Trata-se de um dos mais antigos e meridionais representantes já identificados deste grupo, com características que comprovam a sua presença bem antes da extinção em massa que ocorreu há 66 milhões de anos", afirmou Arthur Maréchal, citado no comunicado.

O fóssil, pertencente à família Dyrosauridae – um grupo de grandes répteis marinhos aparentados com os crocodilos modernos – foi escavado em 2017, perto de Bentiaba, um local de reconhecida importância para a paleontologia marinha africana, e preparado no Museu da Lourinhã, adianta a FCT.

A análise dos ossos fossilizados posiciona o animal na subfamília Hyposaurinae, revelando um focinho alongado adaptado à vida marinha e "desafia a teoria de que os Dyrosauridae apenas floresceram após a extinção dos dinossauros, sugerindo antes que a ausência de registos anteriores poderá dever-se a um registo fóssil incompleto".

A FCT acrescenta que esta investigação, publicada no Zoological Journal of the Linnean Society, reforça Angola como uma região em ascensão para estudos paleontológicos futuros.

"Em locais como Bentiaba, onde as rochas ainda guardam vestígios de répteis marinhos antigos, como mosassauros, plesiossauros e agora parentes de crocodilos, os paleontólogos estão a obter vislumbres raros dos ecossistemas do Atlântico Sul antes de um dos pontos de viragem mais dramáticos na história do nosso planeta em mudança", destaca-se na nota de imprensa.

O paleoartista Victor Carvalho criou uma reconstrução intitulada "Submerso no Tempo: Fauna Antes do Silêncio" mostrando o recém-descoberto crocodilo ao lado de outras criaturas marinhas que outrora prosperaram nos mares atlânticos e angolanos do passado.

Fundada em 1977, na zona da Caparica, este campus universitário é o maior de Portugal, com cerca de 8500 estudantes, mais de 500 docentes e investigadores, 243 funcionários e mais de 1000 projectos.

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