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Investigadores e financiamento são grandes prioridades da ciência

A ministra da Ciência apontou a escassez de investigadores e o financiamento como os principais obstáculos à investigação científica em Angola, lacunas que o país espera poder colmatar com a ajuda da cooperação portuguesa.

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"A grande necessidade que temos é de capacitação humana. Temos uma escassez grande de investigadores científicos", disse Maria do Rosário Sambo. 

A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação falava à agência Lusa, em Lisboa, à margem do arranque da Semana da Ciência Portugal-Angola, uma das primeiras iniciativas a decorrer desde que, em Novembro, os dois países assinaram uma declaração de intenções neste sector. 

A governante assinalou o facto de Angola ter aprovado um novo estatuto da carreira de investigador científico, que aguarda publicação, adiantando que o país quer aproveitar "a mais valia que Portugal tem" para "reforçar a capacitação humana, de infra-estruturas e equipamentos para a investigação científica".

"A grande prioridade é mesmo a formação de quadros", sublinhou a ministra, apontando o financiamento como outro dos "grandes 'handicaps' da investigação científica em Angola".

Angola tem em fase de criação o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, que se espera venha a colmatar a falta de uma "verdadeira instituição financiadora da investigação científica". 

"Neste novo mandato foi criado já o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia para que, como instituição, possa não só receber fundos do Orçamento Geral do Estado, mas também estar pronto para captar financiamentos externos, seja a nível nacional, seja internacional", disse.

Nesse sentido, a responsável espera, durante esta semana em Portugal, conseguir trabalhar com a Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal para "recolher mais experiência em relação à gestão deste tipo de fundos".

A Semana da Ciência Portugal - Angola decorre até dia 20 de Março e reúne investigadores e representantes de instituições de ensino superior e de centros de investigação dos dois países.

"Pretendemos, com a interacção entre os investigadores portugueses e angolanos, levar avante os projectos que já existem e sobretudo alargar a novos projetos que possam gerar resultados evidentes, fazendo de facto com que esta cooperação entre Angola e Portugal tenha a sua materialização efectiva", considerou a ministra.

Por seu lado, o ministro da Ciência e Ensino Superior de Portugal, Manuel Heitor, destacou a "ambição" do programa de cooperação entre os dois países. 

"Estamos a dar um passo forte numa cooperação efetiva entre Angola e Portugal e Portugal e Angola em projetos muito bem definidos, quer no âmbito das interações atlânticas, quer em âmbitos específicos da saúde, quer na questão agroindustrial e da biodiversidade", disse.

Por isso, acrescentou, "temos um conjunto de visitas orientadas para por em prática novos projetos para que, daqui a um ano, quando a semana Angola-Portugal for realizada em Angola já tenhamos mais projetos em curso".

A Semana da Ciência Portugal- Angola visa reforçar a cooperação entre os dois países nomeadamente nas áreas da oceanografia e interações atlânticas, biomedicina, acreditação no ensino superior, financiamento e gestão de ciência e tecnologia, entre outras. 

Durante a sua deslocação a Portugal, a comitiva angolana visita instituições de ensino superior e centros de investigação nos quais os investigadores angolanos podem contactar com congéneres portugueses para partilha de conhecimento.

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