Ver Angola

Defesa

Ministro pede colaboração da Coreia do Sul para reintegrar antigos combatentes

O ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria angolano anunciou um princípio de entendimento com o Governo da Coreia do Sul para colaboração na reintegração social e produtiva dos militares desmobilizados.

Paulo Cunha:

O ministro Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem falava em Luanda, na segunda-feira, ao regressar de uma visita oficial à Coreia do Sul que serviu para avaliar as medidas do Governo daquele país asiático nesta área. Trata-se de um tema sensível em Angola e agravado com a crise financeira que o país atravessa.

O executivo angolano admitiu em Outubro passado falhas no apoio aos 230.000 antigos militares que não foram integrados nas Forças Armadas, mas lembrou que os estados que "davam quase tudo de graça" aos cidadãos foram à falência.

"A componente social é aquela que é a mais fragilizada naquilo que é a aplicação das políticas de protecção social aos nossos antigos combatentes e foi sobre elas que incidimos, tendo solicitado dos diferentes actores que nos pudessem transmitir as experiências da implementação destes programas na República da Coreia da Sul", explicou o ministro.

A definição deste programa de colaboração só deverá estar concluída aquando da visita do homólogo sul-coreano a Angola e passará nomeadamente pela formação de quadros angolanos no apoio à reinserção dos antigos combatentes.

Aludindo à crise financeira que o país vive, devido à redução das receitas com o petróleo, o Presidente angolano enfatizou em Outubro último, no seu discurso sobre o Estado da Nação, que, apesar deste cenário, Angola "continua a assegurar, sem rupturas, o essencial da prestação de serviços públicos e dos serviços sociais".

Contudo, como reconheceu o discurso de José Eduardo dos Santos, o número de efetivos que combateram na guerra civil, não integrados nas Forças Armadas Angolanas (FAA), e que pertenciam às forças do Governo liderado pelo MPLA e às da UNITA - a guerra civil terminou em 2002 -, é superior.

"Calcula-se que sejam mais ou menos 110.000, de um lado, e 120.000 do outro, isto é, cerca de 230.000 homens. Se tivermos em conta que muitos tinham mulheres e filhos, o conjunto de pessoas a assistir ultrapassava certamente os 600.000 indivíduos", apontou o chefe de Estado.

"Os programas de integração social e produtiva adoptados não foram muito eficazes e os problemas permanecem por resolver", reconheceu ainda.

A solução, disse, poderá passar por arranjar trabalho ou pequenos negócios para que cada um desses antigos combatentes possa "gerar rendimentos para o sustento das suas famílias".

As FAA e a Polícia Nacional, explicou ainda, devem igualmente avançar com programas próprios que contribuam para a produção de alimentos, vestuário ou calçado, e para satisfazer as suas necessidades, bem como para a construção de infra-estruturas civis, utilizando as capacidades da engenharia militar para apoiar o Estado.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.