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Bióloga diz que educação e mudanças culturais são essenciais para ter mais mulheres cientistas

Melhor educação e mudanças culturais são a chave para melhorar o acesso das mulheres ao mundo da ciência, disse, esta Quarta-feira, a bióloga angolana Fernanda Lage.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

A investigadora falava à Lusa à margem do Encontro Entre Mulheres e Meninas que Fazem Ciência, que decorreu, esta Quarta-feira, no Centro de Ciência de Luanda, no âmbito do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência.

"O aspecto cultural é extremamente importante, as pessoas não são educadas para fazer determinadas actividades, para irem para determinadas áreas de trabalho", notou.

A professora e investigadora do Instituto Superior Técnico Tundavala (Lubango) afirmou que as escolas têm responsabilidade na não-segregação de meninas, salientando que, sobretudo nos meios rurais, é dada prioridade aos meninos no acesso à escolarização.

Também a Secretária de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice Ceita, disse que "há muito por fazer", para ter mais mulheres cientistas ou a frequentar o Ensino Superior, principalmente nas áreas "historicamente mais associadas aos homens", como Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

Em Angola as percentagens de mulheres cientistas são semelhantes às internacionais – apenas 3 em cada dez são mulheres –, apesar dos esforços que estão a ser empreendidos para que o quadro mude, nomeadamente apoio à formação e capacitação através de programas de bolsas de estudo direccionadas para estudantes do sexo feminino, realçou.

As instituições de ensino superior desenvolvem também trabalho junto das comunidades "para desmistificar, junto de crianças e meninas, o estudo das matemáticas, da física e da química", sublinhou.

No encontro participou também a médica Luciana Simões, especialista em neurologia que tem desenvolvido actividades educativas e de sensibilização para a saúde pública.

Segundo Luciana Simões, as meninas são preparadas para ser cuidadoras, um aspecto que se reflecte nas escolhas futuras das áreas de formação.

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado anualmente a 11 de Fevereiro, é uma iniciativa lançada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2015, com o objectivo de fortalecer o compromisso global com a igualdade de direitos entre homens e mulheres, principalmente do ponto de vista da educação.

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