Elementos afectos à Juventude Unida e Revolucionária de Angola (JURA), à Juventude de Renovação Social e ao MEA foram reprimidos, a 19 de Fevereiro, quando tencionavam manifestar-se em frente ao parlamento contra a posse do novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
Em conferência de imprensa conjunta, esta Quinta-feira, em Luanda, os jovens condenaram a "brutalidade" a que "foram submetidos pela polícia", que reprimiu "violentamente os jovens indefesos".
"A polícia usou e abusou da força sempre no velho pretexto de cumprimento de ordens superiores, a actuação da polícia deve estar equidistante por conotações políticas", afirmou o secretário-geral da JURA, Agostinho Kamwango.
Segundo o político da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, a polícia "agiu com brutalidade" e causou "vários ferimentos a muitos jovens em consequência das fortes agressões físicas".
"Houve internamentos de jovens, arremessaram bombas de gás lacrimogéneo e no mesmo dia foram detidos 32 jovens, soltos apenas ao princípio da noite", adiantou.
O presidente do MEA, Francisco Teixeira, condenou esta Quinta-feira também as agressões e manifestou solidariedade para com os profissionais da Palanca TV, afirmando que a polícia "deve mudar de postura".
"A polícia agrediu mesmo ele [o jornalista] com o microfone na mão. Isso mostra, uma vez mais, a que nível estamos a chegar, por isso temos de começar a ganhar alguma maturidade e intensificarmos a pressão à polícia nacional para mudar a forma como actua", defendeu.
A polícia disse, na passada Sexta-feira, que o uso da força em manifestações "muitas vezes resulta de desobediência dos cidadãos", afirmando que as forças policiais podem ser chamadas para "garantir livre exercício de reunião ou interditar manifestações violentas".