Ver Angola

Ambiente

Ministro dos Petróleos: Angola apoia congelamento da produção de petróleo no nível de Janeiro

O ministro dos Petróleos afirmou que Angola apoia, em princípio, o acordo proposto para congelar com valores de Janeiro o nível de produção desta matéria-prima, considerando que é um primeiro passo para o reequilíbrio do mercado.

:

"Em princípio, Angola apoia a decisão", disse Botelho de Vasconcelos em entrevista ao jornal angolano 'O País', na qual salientou as iniciativas que estão a ser propostas para haver negociações no seio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para uma redução entre 3 a 5 por cento da produção.

"Têm surgido várias iniciativas desde o ano passado por alguns membros da Organização no sentido de influenciar outros produtores não OPEP, em forma de solidariedade, a juntarem-se à OPEP no estabelecimento de negociações de um corte da produção aproximadamente entre os e a 5 por cento para equilibrar o mercado num período estimado entre os 9 a 12 meses", respondeu o ministro, quando questionado sobre uma eventual diminuição do poder desta organização na definição das linhas-mestras do mercado petrolífero.

Em causa está a proposta avançada para o congelamento da produção de petróleo tendo em conta os níveis de Janeiro, que ainda assim representam um excesso de oferta face à procura actual, o que é, aliás, uma das principais razões para a descida do preço do petróleo em 75 por cento nos últimos 18 meses.

"Em princípio, Angola apoia a decisão por ser uma visão que poderá contribuir com negociações subsequentes para que se atinja o corte já referido acima”, entre 3% a 5%, vincou o governante.

Sobre a possibilidade de a OPEP antecipar a reunião de Junho tendo em conta o cenário actual, o ministro, que já foi presidente da organização, descartou essa hipótese: "Creio não existirem ainda condições para a realização dessa reunião", respondeu.

Na entrevista parcialmente disponível no ‘site’ do jornal O País, Botelho de Vasconcelos afirmou que a reversão do excesso de oferta, "de acordo com algumas agências especializadas, e considerando a actual situação, poderá ocorrer eventualmente entre um ano a um ano e meio".

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, e um dos principais países afectados pela crise do preço do petróleo, que trouxe os valores por barril de cerca de 110 dólares, no Verão de 2014, para cerca de 30 dólares no princípio deste ano, causando um significativo desequilíbrio orçamental e uma forte quebras das receitas fiscais.

Na quinta-feira, a petrolífera estatal, a Sonangol, anunciou uma quebra de 34% na receita do ano passado face a 2014, registando igualmente uma descida dos lucros na ordem dos 45 por cento, atribuíveis principalmente à queda do preço do petróleo.

No documento enviado às redacções, a Sonangol confirmou que 2016 será "bastante difícil" e anunciou que vai rever projectos de investimento e livrar-se de "activos e negócios não nucleares" para tentar manter o plano de investimentos previstos.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.