João Lourenço discursou esta Quinta-feira em Luanda no início da Conferência Internacional sobre Biodiversidade e Áreas de Conservação, que termina na Sexta-feira.
O chefe do executivo disse que o Governo, com apoio de fundos internacionais, tem dedicado esforços para a melhoria da conservação, implementando projectos para melhorar a gestão das áreas protegidas e iniciou um processo de repovoamento animal, com girafas reintroduzidas nos Parques Nacionais da Quiçama e do Iona.
Entre as actividades ligadas ao fortalecimento das áreas de conservação apontou o levantamento da fauna nos parques nacionais, construção de postos de fiscalização, aumento do número de fiscais, mapeamento das áreas de conservação, desenvolvimento de ecoturismo, etc.
"A conservação e protecção da biodiversidade é um imperativo global para a saúde do nosso planeta", sublinhou, notando que a perda da biodiversidade coloca em risco a segurança alimentar, a qualidade da água e o combate às mudanças climáticas.
"Cada país tem o dever de contribuir, mas é igualmente importante que os esforços sejam coordenados e que os países em desenvolvimento recebam apoio técnico e financeiro para enfrentar os desafios que ameaçam o nosso património natural", acrescentou.
João Lourenço disse que a biodiversidade em Angola, com cinco mil espécies de plantas, das quais 1200 endémicas, é "uma das mais importantes de África e do mundo" e que as autoridades têm estado a implementar políticas concretas relativamente à conservação, preservação e uso sustentável dos recursos do país.
O país abriga ecossistemas únicos e espécies emblemáticas, como a Palanca-Negra-Gigante e a Welwitschia Mirabilis, "uma planta que desafia o tempo com a sua resiliência no deserto do Namibe", salientou o chefe de Estado, destacando também a localização geográfica que confere um papel estratégico nas rotas migratórias de espécies importantes, como os elefantes africanos e diversas aves aquáticas.
Angola pretende expandir as áreas de conservação de 13 por cento para 16 por cento, tendo sido propostas novas áreas nas províncias do Huambo (Morro do Moco), Cuanza Sul (floresta da Cumbira) e Uíge (serra do Pingano).
"Ainda este ano, teremos a primeira área de conservação marinha na costa da província do Namibe, bem como a primeira reserva da biosfera, que se estenderá do Parque Nacional da Quissama ao mar", prosseguiu.
Angola tem actualmente 14 áreas de conservação terrestres das quais nove parques nacionais, um parque regional, duas reservas naturais integrais e duas reservas parciais.
A nível nacional onze zonas húmidas foram aprovadas pela Assembleia Nacional em Julho de 2016, para serem candidatas a Sítios Ramsay de Importância Internacional.