As comportas já terão sido abertas, durante as primeiras horas do dia, sendo que decorrerá agora o processo de descarga de água. A inundação resultante poderá afectar campos agrícolas situados nas margens do Baixo Kwanza.
"Visando acautelar os efeitos negativos resultantes da subida do nível de água do Rio, a Comissão Técnica estabeleceu contactos com os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros (através dos Governos Provinciais de Luanda, Kwanza Norte e Malanje, incluindo as Autoridades Locais), a fim de se tomar medidas preventivas necessárias", refere um comunicado da RNT a que o VerAngola teve acesso.
A instituição apelou à necessidade de a população permanecer alertas e colaborar com as instituições, de forma a que o procedimento decorra confirme planeado e sem incidentes de relevo.
Esta é uma situação que tem vindo a decorrer todos os anos nos meses de Março a Abril, provocando cheias e inundações na área do Baixo Kwanza, e muitas vezes devastando campos agrícolas. Segundo a Angop, o epicentro situa-se na comuna de Massangano, no Kwanza Norte.
Segundo o chefe de departamento da direcção de operações do sistema RNT, Paulo Bernardo, o processo de descarga das águas já iniciou em Dezembro passado, com a abertura das comportas do aproveitamento hidroeléctrico de Capanda, na província de Malanje, devido ao aumento dos caudais, comum nesta altura do ano.
Paulo Bernardo, que falava à Televisão Pública de Angola, sublinhou a necessidade de se realizar este processo para a salvaguarda destas infraestruturas, frisando que os níveis das águas estão a subir, “mas de forma controlada”.
“Para a barragem de Laúca encontramo-nos neste momento a cerca de dois metros do nível máximo de segurança”, assegurou, avançando que, depois de finalizada a operação de Laúca arranca a de Cambambe.
O responsável salientou que este procedimento vem sendo realizado nos últimos anos, com excepção de 2021, por ter-se registado baixas chuvas, apelando à atenção da população, sobretudo a que utiliza o meio de transporte fluvial.
Por sua vez, o porta-voz do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Wilson Baptista, disse que estão a ser realizadas várias acções de sensibilização e de alerta prévio às populações, sem detalhar o número de pessoas afectadas.
“No ano passado houve a mesma situação, as comunidades de certa forma já estão familiarizadas com esta acção, alguns moradores desta zona que sofrem maior impacto, já têm a cultura nesta altura de se abrigarem em pontos mais altos nestas localidades e antecipadamente vão fazendo a colheita de alguma cultura que é possível aproveitar-se”, referiu.
Wilson Baptista destacou que, apesar de a abertura das comportas acontecer de forma gradual, ainda assim o volume do aumento das águas do rio nas zonas em que o leito é mais estreito tem impacto significativo.
