Ver Angola

Sociedade

HRW aponta abusos da polícia e ataque à liberdade de imprensa em Angola

A organização de direitos humanos Human Rights Watch denunciou abusos das forças policiais, detenções arbitrárias e ataques à liberdade de imprensa em Angola em 2023, no relatório anual divulgado esta Quinta-feira.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

"As forças de segurança angolanas estiveram implicadas em abusos graves dos direitos humanos, incluindo uso de força excessiva desnecessária contra manifestantes pacíficos, intimidação e detenção arbitrária de activistas", lê-se no relatório.

Entre os casos denunciados, estão taxistas detidos durante um protesto contra as restrições da covid-19, execuções extrajudiciais e a morte de taxistas numa manifestação contra a subida dos preços dos combustíveis.

A HRW criticou ainda a detenção de vários activistas ligados a movimentos cívicos, bem como impedimentos à realização de manifestações.

Desalojamentos e demolições forçadas são outras das preocupações da ONG, que destaca ainda as "leis draconianas" usadas pelas autoridades para reprimir e intimidar os jornalistas, bem como abusos das forças policiais contra migrantes e vendedores ambulantes.

A organização destacou ainda a forma pacífica como decorreram as eleições, em que o actual Presidente, João Lourenço, renovou o seu mandato, apesar "das graves restrições à liberdade de expressão e de reunião" e acesso limitado à informação devido à censura nos órgãos estatais e privados controlados por pessoas ligadas ao partido do poder – Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

No que diz respeito às desigualdades de género, que se mantêm em Angola, a HRW realçou, no entanto, que o país registou progressos significativos quanto ao número de mulheres em cargos ministeriais e posições de relevo após as eleições, incluindo no cargo de vice-presidente de Angola e presidente da Assembleia Nacional, sendo mulheres a controlar 10 dos 28 ministérios.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.