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Desflorestação da Serra da Leba vai ser combatida com plantação de café robusta

António de Assis, ministro da Agricultura e Florestas, anunciou que o ministério por si tutelado, em articulação com o Ministério do Ambiente e o governo da província do Namibe, vai avançar brevemente com uma estratégia de reflorestação da Serra da Leba, através de um projecto de plantação de café robusta.

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Segundo o titular da pasta da Agricultura e Florestas, a estratégia de reflorestação prevê a inserção dos cidadãos que produzem carvão para se sustentarem. Desse modo, acrescentou, numa fase inicial, os cidadãos serão alvo de acções de sensibilização, bem como serão envolvidos na plantação de café na encosta da referida serra.

Disse terem já conseguido "identificar as pessoas" que trabalharão na preparação das mudas: "Já conseguimos identificar as pessoas que vão trabalhar na preparação das mudas. As próprias famílias que estão aqui e que hoje fazem a destruição da floresta, para efeito de carvão, vão ser incorporadas, assim como as crianças e jovens das escolas. Vamos estabelecer um forte programa de educação ambiental", disse, citado pela Angop.

De acordo com o ministro, ao se implementar um método de produção sustentável está-se não só a aliviar as consequências da desflorestação e das alterações climáticas, como também a fomentar o agronegócio e a incrementar os rendimentos dos cidadãos.

Além disso, António de Assis considerou igualmente que a localidade apresenta condições de produção de café robusto, acrescentando que uma determinada quantidade de sementes já está no Namibe para distribuição visando o fabrico de mudas de café.

Já a ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, lamentou a prática de abater árvores para fabrico de carvão na Serra da Leba, cuja acção tem provocado o deslizar de terras e pedra causando danos no asfalto e impedindo a circulação entre Huíla e Namibe.

Além disso, a ministra considerou que as árvores, entre outros aspectos, ajudam a compactar o solo. A degradação dos solos, bem como o aumento da emissão de gases de efeito de estufa foram outros pontos negativos apontados pela titular da pasta do Ambiente relativamente à produção de carvão.

Assim, citada pela Angop, acrescentou que o "Ministério do Ambiente, em parceria com o Ministério da Agricultura e Florestas, vai desenvolver um programa de sensibilização dirigido às famílias que se dedicam ao fabrico do carvão, no sentido de se dedicarem à agricultura, com o acompanhamento do Instituto de desenvolvimento agrário".

Refira-se que os ministros do Ambiente e da Agricultura e Florestas constataram, esta Quarta-feira, o grau de desflorestação da Serra da Leba.

Segundo um comunicado do Governo Provincial do Namibe, a que o VerAngola teve acesso, "já é notório a existência de ravinas, quer na serra da Leba e da Humbia, que resultam da desmatação nas montanhas provocadas pelos produtores de carvão, o que tem vindo a agravar-se e preocupado o Governo Provincial do Namibe, pois coloca-se em causa a circulação do trânsito naquelas zonas da EN 280 e 280-A".

Na ocasião, Archer Mangueira, governador do Namibe, disse que se trata de um crime ambiental, afirmando que "tudo está a ser feito para que se encontre alternativa de subsistência para as famílias que vivem e dedicam-se ao fabrico de carvão nas encostas da serra da Leba e Humbia".

O governador provincial referiu igualmente que a visita dos governantes "trouxe resultados alternativos que reforçam as acções já gizadas pelo governo provincial para a população abandonar o fabrico de carvão".

"O plano de transferência das famílias que vivem nas encostas da serra vai passar também pela implementação do Projecto de Plantação de Café Robusta, que vai contar com o total apoio do Ministério da Agricultura e Pescas", lê-se no comunicado.

O governador deixou ainda a garantia de que decorre o processo de retirada das famílias das áreas de risco para as zonas seguras, situadas nos municípios da Bibala e Humpata.

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