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Sonangol e Gemcorp Capital assinam acordo para construção da refinaria de Cabinda

A petrolífera angolana Sonangol assinou esta Sexta-feira, em Luanda, com a empresa Gemcorp Capital um acordo para a construção da refinaria de Cabinda, que terá a capacidade diária de refinação de 60 mil barris de petróleo bruto.

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De acordo com um comunicado da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), a futura refinaria de Cabinda será edificada na planície de Malembo, cerca de 30 quilómetros a norte da cidade de Cabinda, pelo que os trabalhos de desminagem e tratamento de terreno para a construção das infra-estruturas de apoio terão início em Fevereiro.

O acordo com a empresa, com capitais russos, sucede a um outro pré-acordo de entrega da obra a um grupo que integrava o empresário russo, com nacionalidade angolana, Arkady Gaydamak, que foi condenado no processo 'Angolagate', referente ao alegado tráfico de armas da Europa de Leste para Angola, entre 1993 e 2000.

Entre os acusados figuraram Jean-Christophe Miterrand, filho do ex-Presidente francês François Miterrand, e os empresários Pierre Falcone e Arcady Gaydamak, ambos detentores de passaporte angolano, e o ex-ministro francês Charles Pasqua, entre outros.

Gaydamak foi condenado a três anos de prisão por vender armas ao MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) entre 1993 e 1995, violando as restrições impostas pelo acordo de Lusaca, assinado entre MPLA e UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola).

Agora, o projecto da nova refinaria, de iniciativa privada, será integralmente financiado pela Gemcorp Capital, prevendo-se três fases para a sua implementação, desenvolvendo-se a primeira, de instalação, até finais de 2021, com capacidade de processamento de 30 mil barris/dia.

"Com a conclusão da segunda fase, prevista para 2023, a capacidade total de processamento diário será de 60 mil barris de crude, devendo a terceira e última fase virar-se para a melhoria das especificações da produção dos principais produtos, nomeadamente gasolina, gasóleo, Jet A1, LPG [gás de petróleo liquefeito], querosene e fuel oil", refere a nota.

Com a entrada em funcionamento da refinaria de Cabinda prevê-se a criação de cerca de 1.600 novos postos de trabalho, dos quais 400 directos, assegurados na primeira fase, enquanto na segunda e última fase, estão garantidos 1.500 empregos, 300 deles directos.

Durante uma visita técnica em Dezembro a Malembo, à zona onde a refinaria será construída, foi divulgado que o projecto prevê um investimento de 500 milhões de dólares, dos quais 90 por cento suportados pela Gemcorp e os restantes pelo Estado angolano, através da Sonaref.

Inicialmente, a construção foi adjudicada ao consórcio United Shine, mas a petrolífera estatal angolana anunciou ter rescindido o contrato alegando "incumprimento das acções acordadas" e "não garantia" de financiamento, entre outros aspectos.

Em Outubro, a Sonangol assinou um memorando de entendimento com a Gemcorp, um grupo de gestão de fundos de investimento sediado em Londres, que foi um dos maiores financiadores de Angola nos últimos anos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos e tem sido apontado pela imprensa angolana como estando envolvido num esquema de financiamento que lesou o Estado em milhões de dólares.

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