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Kilamba, a cidade que nasceu com 25 mil apartamentos ainda quer chegar aos 90 mil

Os 25.002 apartamentos que constituem actualmente a centralidade do Kilamba, cidade construída de raiz a 30 quilómetros de Luanda, estão "totalmente" comercializadas e o Estado procura parceiros para avançar com a sua expansão até aos 90.000.

Wina Miranda:

De acordo com informação transmitida pelo Director Nacional da Habitação, Adriano dos Santos da Silva, os mais de 25.000 fogos estão "todos comercializados" e habitados em 80 por cento.

A centralidade do Kilamba conta com uma área de expansão para até 90.000 fogos, estando o Ministério da Construção, indiciou o responsável, em declarações à rádio pública angolana, a estudar a abertura deste alargamento a parcerias público-privadas, investimento privado e cooperativas, também tendo em conta as limitações ao investimento público, devido à crise.

Em concreto, o Plano Director da Cidade do Kilamba, cuja construção está a cargo de empresas chinesas, abrange uma área de 54 quilómetros quadrados e prevê a construção de 710 edifícios, 24 creches, nove escolas primárias, oito escolas secundárias e 50 quilómetros de vias.

Segundo a administração da cidade de Kilamba, vivem nesta centralidade 55.000 pessoas, incluindo vários serviços de apoio social, nomeadamente um centro de saúde com funcionamento 24 horas por dia.

A Lusa noticiou a 18 de Agosto último que o Governo vai avançar com a construção de mais 10.000 fogos nesta centralidade, tendo então aprovado um crédito adicional ao Orçamento Geral do Estado no valor de 2.876 milhões de kwanzas.

A informação consta de um decreto assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, ao qual a Lusa teve acesso, autorizando a abertura deste crédito adicional para o "pagamento inicial" da construção de infra-estrutura urbana com 10.000 fogos no Kilamba.

Já em 2015 tinha sido escolhida a empresa chinesa CITIC para construir, sob contrato do Governo, mais 10.000 fogos habitacionais incluídos na segunda fase do desenvolvimento da centralidade urbana do Kilamba.

Esta empreitada esteve condicionada pelas dificuldades financeiras que o país atravessa, devido à quebra nas receitas do petróleo, o que travou o investimento público nos últimos meses.

Considerado um dos maiores do projecto do género em África, a cidade de Kilamba, inaugurada em Julho de 2011, já conta com 20.005 apartamentos construídos, estando por isso, como anunciou em Agosto de 2014 o Presidente, concluída a primeira de três fases do projecto.

Segundo despacho presidencial de 5 de Novembro, a que a Lusa teve acesso na altura, a primeira etapa da fase 2 - que o chefe de Estado anunciou há dois anos - prevê a construção de mais de 10.000 fogos habitacionais pela CITIC Construção Angola, por 607 milhões de dólares.

Estas obras, define ainda o despacho, serão incluídas no Programa de Investimentos Públicos (PIP) do Estado, devendo o Ministério das Finanças contratar os "recursos financeiros" necessários para o projecto junto de uma instituição financeira da República Popular da China.

Estas novas centralidades, construídas de raiz em vários pontos do país, integram-se no Plano Nacional de Habitação e a sua aquisição, sobretudo por funcionários públicos, é anunciada pelo Executivo como possível com preços controlados e mais acessíveis.

Contudo, ao longo dos últimos anos têm sido relatados publicamente problemas na aquisição de apartamentos na cidade de Kilamba, a sua reduzida taxa de ocupação ou a falta de serviços de apoio.

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