Os protocolos de cooperação, que resultam de um pedido de apoio do Governo de São Tomé e Príncipe, foram aprovados na quinta-feira em reunião do Conselho de Ministros, em Luanda, e serão agora enviados para apreciação e aprovação à Assembleia Nacional.
De acordo com o comunicado final da reunião do Conselho de Ministros, os protocolos envolvem um Acordo Geral de Segurança, Ordem Interna e Protecção Civil entre os dois países e outro de cooperação entre o Comando Geral da Polícia Nacional de Angola e o Comando Geral da Polícia de São Tomé e Príncipe.
O ministro da Administração Interna de São Tomé e Príncipe, Arlindo Ramos, pediu em Julho o apoio de Angola no combate à imigração ilegal que se verifica no arquipélago e na prevenção de crimes internacionais, nomeadamente o terrorismo.
O governante são-tomense, que se reuniu na altura com o seu homólogo angolano, Ângelo Veiga Tavares, referiu que existem sinais de novas formas de crimes, preocupação que partilhou com Angola, no sentido de as colmatar.
"Neste momento, o Boko Haram ganha terreno e não está só sediado na Nigéria, mas vai atingindo alguns países vizinhos e nós também precisamos prevenir sobre esse aspecto", disse o ministro.
Por outro lado, Arlindo Ramos sublinhou que o país insular tem uma proximidade da Nigéria, devido à zona conjunta que partilham, havendo uma tendência da migração nigeriana para São Tomé e Príncipe.
"Precisamos também do apoio de Angola para nós controlarmos essa migração nigeriana, que por vezes nos escapam alguns aspectos muito preocupantes", realçou o governante.
A visita serviu ainda para solicitar a ajuda de Angola na formação dos quadros da polícia.
"Precisamos mudar a forma de agir, de actuar da própria polícia e de outros serviços de apoio também à própria polícia. Foi garantida [formação] e pensamos que dentro de dias iniciaremos essa formação, porque é da nossa parte que temos que criar algumas condições, o centro de formação e Angola porá os instrutores à nossa disposição para o fazer", frisou.
Arlindo Ramos sublinhou que a polícia são-tomense tem hoje "um comando novo, com jovens", e precisa da ajuda angolana para a transformação daquele órgão, com destaque para os serviços de segurança, migração e protecção civil e bombeiros.