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Defesa

Segurança e limpeza entre prioridades do novo governador de Luanda

O novo governador da província de Luanda, o general Higino Carneiro, define como prioridades o reforço da segurança e a limpeza urbana, além da "necessidade urgente" de executar o novo Plano Director Geral Metropolitano da capital angolana.

Baía de Luanda:

Higino Carneiro falava hoje aos jornalistas no Palácio Presidencial, em Luanda, após ter sido empossado no cargo pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, substituindo nas funções Graciano Domingos.

Garantiu na ocasião que a "autoridade e segurança" em Luanda, que enfrenta altos níveis de criminalidade, bem como o saneamento e limpeza urbana, água e energia - incluindo o combate ao desperdício e ao consumo que fica por pagar - e a mobilidade urbana, são áreas prioritárias do seu mandato.

Graciano Domingos, exonerado do cargo na segunda-feira, foi fortemente contestado pela população nos últimos meses devido à denominada "guerra do lixo", com resíduos a acumularem-se por toda a província, que tem cerca de 6,5 milhões de habitantes, devido aos cortes financeiros impostos às empresas de recolha.

A mexida, decidida por José Eduardo dos Santos, envolveu a exoneração de Francisco Higino Lopes Carneiro - general e um dos mais influentes dirigentes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) - do cargo de governador da província do Cuando Cubango e a sua nomeação para governador da província de Luanda.

Em simultâneo, o Presidente exonerou Pedro Mutinde do cargo de ministro da Hotelaria e Turismo, nomeando-o governador da província do Cuando Cubango, no sul do país, tendo tomado posse hoje nas novas funções.

Depois de se reunir com José Eduardo dos Santos, Higino Carneiro apontou ainda a "necessidade urgente" de executar o novo Plano Director Geral Metropolitano de Luanda, projectando a capital angolana para 12,9 milhões de habitantes em 2030 e que começa a ser executado este ano, prevendo a construção de 13 novos hospitais e 1.500 escolas.

O plano, aprovado no final do ano pelo Governo, é considerado um instrumento para o ordenamento do território e planeamento urbano a levar a cabo nos próximos 15 anos.

Representa "uma resposta de forma integrada às necessidades de gestão urbana" e pretende "conferir em particular à cidade de Luanda condições de sustentabilidade ambiental, habitacional, de mobilidade e de crescimento social e económico", referiu, em Outubro, o Governo central.

O Plano Director Geral Metropolitano de Luanda, encomendado pelo Governo para a província da capital angolana e ao qual a Lusa teve acesso - que não aponta custos do investimento -, prevê que só o município de Viana - o mais industrializado do país - atinja dentro de 15 anos os 3,1 milhões de habitantes. Para o total da província estima-se a necessidade de construção de 1,4 milhões de casas.

Estima-se que 80% da população - de 6,5 milhões de habitantes, um quarto de todo o país - vive em musseques (bairros pobres suburbanos).

Nesta área, o plano, designado de "Luanda 2030 - Cidade inovadora", prevê realojamento e regeneração de várias zonas da capital, nomeadamente nas classificadas de "prioridade muito alta", por riscos de vida eminente ou indução, entre outros problemas.

Este plano de intervenção prevê obras em 446 quilómetros de estradas primárias e 676 quilómetros de vias secundárias e um sistema de comboio suburbano com 210 quilómetros e 142 quilómetros de corredor para trânsito exclusivo de transportes públicos.

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