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Standard Bank prevê que economia cresça 1,1 por cento este ano

O Standard Bank prevê que a economia do país vai crescer 1,1 por cento este ano, representando uma superação em relação ao ano passado, em que o crescimento foi de 0,9 por cento, podendo 2024 ser um “ano mais interessante e de recuperação, se não existirem surpresas”.

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Segundo um comunicado do banco remetido ao VerAngola, "esta foi uma das principais conclusões da equipa de research do Standard Bank", que, nesta Quinta-feira, apresentou em Luanda, o I Briefing Económico de 2024, subordinado ao tema "Angola: Situação Macroeconómica e Perspectivas".

Na ocasião, Fáusio Mussá, economista chefe do Standard Bank para Angola, Moçambique e República Democrática do Congo, referiu que "em média o mundo vai continuar a crescer e isso é importante para Angola", uma vez que o país se encontra "muito sujeito à volatilidade do preço do petróleo".

"Em média o mundo vai continuar a crescer e isso é importante para Angola, dado que este país está muito sujeito à volatilidade do preço do petróleo, e se houvesse uma recessão mundial, o preço do petróleo iria colapsar. A perspectiva de crescimento da economia mundial é encorajadora, pois Angola precisa que o preço do petróleo se mantenha nos actuais níveis", disse.

No entanto, chamou a atenção para o facto de o país poder vir a "crescer a um ritmo abaixo dos objectivos do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023 - 2027)", acrescentando: "Com baixo investimento, Angola enfrenta um elevado risco de um crescimento económico fraco, abaixo dos 3 por cento em 2027, definidos no PDN".

Na visão do economista, será difícil o país "mobilizar os investimentos necessários para aumentar a produção petrolífera".

"Parece-me difícil Angola mobilizar os investimentos necessários para aumentar a produção petrolífera. O nosso cenário prevê estabilidade na produção de petróleo, mas não conseguimos prever uma situação em que haja um aumento da produção. Se ficar estável, já é muito bom. Mas mesmo que fique estável, é necessário investimento fora do sector petrolífero. E esse investimento pode ser feito pelo Estado e pelo sector privado", apontou Fáusio Mussá, citado no comunicado.

De acordo com o economista, o país "regista uma grande desaceleração de investimento directo estrangeiro", tendo acrescentado que "as reformas que têm sido desenvolvidas ajudaram a tornar o quadro regulamentar mais interessante para o sector petrolífero, mas parece haver alguma inconsistência de políticas".

Avançou igualmente que, este ano, perspectiva-se "algum progresso na consolidação fiscal, considerando um pressuposto conservador para o preço do petróleo, e um avanço na reforma do subsídio aos combustíveis".

Já sobre a inflação este ano, o Standard Bank prevê que alcance um pico em Julho, de aproximadamente 28 por cento, "começando a registar um decréscimo nos meses seguintes", acrescenta a nota.

Fáusio Mussá também alertou para uma "política monetária insuficientemente apertada, com elevado crescimento da massa monetária em moeda nacional e taxas de juro reais negativas".

"Temos hoje uma oferta de moeda externa muito inferior à de 2023 e 2022. Para este ano a previsão é de uma oferta mensal de 600 milhões de dólares. No ano passado tivemos 821 milhões de dólares, que representou uma queda de 37 por cento face a 2022", acrescentou.

Contudo, destacou um "aspecto positivo da gestão macroeconómica", passando pelas "reservas internacionais para oito meses de cobertura".

"Em média, os países africanos não conseguem ter quatro meses de cobertura. Angola tem o dobro, o que é positivo", indicou.

Já Luís Teles, CEO do Standard Bank Angola, intervindo no evento, referiu que "2023 foi um ano extremamente difícil", contudo, para este ano, não obstante os desafios, há "alguma esperança de que os sinais positivos que se têm observado possam trazer boas notícias".

"Existem sinais positivos no horizonte, como a descida das taxas de juro dos mercados internacionais, tanto no dólar como no euro. Há também uma abertura da China para flexibilizar as condições de financiamento bem como o apoio a projectos prioritários para o país, e uma expectativa da manutenção dos parâmetros actuais do preço do barril de petróleo a nível internacional", referiu o responsável, tendo destacado ainda o "apoio continuado e reafirmado de instituições internacionais como o FMI e o Banco Mundial".

"Esperamos que tudo isto possa ajudar a criar um ambiente que nos permita um crescimento económico mais elevado este ano face a 2023", disse ainda, citado no comunicado.

O briefing económico – que diz respeito a um "evento periódico criado em 2018 pelo Standard Bank" – desta Quinta-feira teve ainda dois debates, um sobre 'Perspectiva sobre a Situação Geopolítica e Macro de Angola' e outro sobre 'Mercado de Capitais'.

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