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Oxford Economics eleva previsão de inflação em Angola para 24 por cento até Junho

A consultora Oxford Economics subiu a previsão da inflação em Angola para 24 por cento até Junho, antecipando depois um abrandamento dos preços para 20 por cento no final do ano, depois da subida para 24,07 por cento em Fevereiro.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

"Antevemos agora que a inflação atinja um pico de 28 por cento no final do segundo trimestre, face ao homólogo, e modere a subida para os 20 por cento no final do ano", escrevem os analistas do departamento africano da consultora britânica.

Num comentário sobre a inflação em Angola, que atingiu em Fevereiro o valor mais alto em quase dois anos, os analistas escrevem que esta subida terá sido um dos principais motivos para o banco central não ter descido a taxa de juro de referência, na reunião de Sexta-feira passada, e ter optado por aumentar a taxa directora de 18 para 19 por cento.

"A inflação chegou a 24 por cento, e os efeitos da forte depreciação da moeda no ano passado deverão continuar até final deste semestre, ao passo que a continuação da eliminação dos subsídios aos combustíveis deverá continuar a colocar pressão sobre a inflação dos transportes", dizem os analistas na nota a que a Lusa teve acesso.

No segundo semestre, concluem, "a estabilização da moeda nacional num valor de 833 kwanzas por dólar e o declínio nos preços alimentares mundiais deverá ajudar a inflação a abrandar".

Os preços subiram pelo décimo mês consecutivo em Fevereiro, fixando-se nos 24,07 por cento em termos homólogos, o valor mais alto em quase dois anos, e nos 2,58 por cento face a Janeiro.

Desde Setembro de 2018, quando a variação mensal atingiu os 2,69 por cento, que a oscilação não era tão intensa, sobretudo na província de Luanda, onde os preços aumentaram 3,45 por cento face a Janeiro.

Os dados constam na Folha de Informação Rápida divulgada na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística, que dá conta de um forte agravamento dos preços, determinado essencialmente pela classe "Alimentação e bebidas não alcoólicas", com 3,12 por cento.

"Saúde" (3,06 por cento), "Bens e serviços diversos" (2,89 por cento), "Vestuário e calçado" (2,71 por cento) e "Hotéis, cafés e restaurantes" foram as outras classes de despesa com maior impacto na subida dos preços.

A variação homóloga de 24,07 por cento representa um acréscimo de 12,53 pontos percentuais face ao mês de Fevereiro de 2023, tendo sido a classe "Alimentação e bebidas não alcoólicas" a que mais contribui para esta subida.

Em Luanda, onde a variação homóloga foi de 32,61 por cento, a classe "Saúde" registou uma variação de 4,43 por cento, enquanto nas classes "vestuário e calçado", "alimentação e bebidas não alcoólicas" e "bens e serviços diversos" representaram acréscimos de 4,17 por cento, 4,12 por cento e 4,01 por cento, respectivamente.

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