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Maracujá é a mais recente aposta dos produtores do Bengo

A província do Bengo, depois de já ter conquistado o ramo da produção de banana visto que é a principal produtora desta fruta no país, tem agora uma nova aposta, o maracujá. Segundo o produtor Evaristo Leonardo, o maracujá “é o único produto” que os tem ajudado e se tivessem “capacidade para comprar material” poderiam “produzir mais.

: Mário Francisco/Angop
Mário Francisco/Angop  

A aposta nesta fruta verifica-se no município do Pango Aluquém, no qual se encontram 96 pequenos produtores inscritos pela Direcção Municipal da Agricultura, cujos 22 dedicados à cultura da fruta. Segundo a Angop, a maior parte destes produtores ainda faz uso de uma agricultura de sustento visto que não fazem parte de cooperativas ou associações, pelo que a sua produção não entra na contagem, bem como não conseguem a obtenção de financiamentos visando melhorar o desenvolvimento das suas acções. Além desses, há outros produtores com grandes dimensões de terras em que as colheitas rondam entre uma a uma tonelada e meia por semana.

Um dos exemplos de aposta no maracujá é o produtor António Albano e a sua companheira Juliana Sabino. Donos de 14 hectares na baixa Futungo, António e Juliana entraram no mundo da produção do maracujá em 2014, ano em que começaram a cultivar um hectare e deram conta da sua potencialidade.

Juliana Sabino, citada pela Angop, contou que foi a partir daí que começaram a ponderar em ampliar o negócio. Nem a falta de utensílios os demoveu da ideia, embora só tivessem catanas e enxadas, arregaçaram mangas e iniciaram a limpeza de novos terrenos para ampliar as zonas de cultivo.

A primeira produção teve começo entre os anos de 2017 e 2018, apontou Juliana Sabino, que embora não tenha estimado quantidades, acrescentou que nesse período perdeu-se muita fruta devido a não haver mercado.

Os anos que se seguiram, adiantou, também se provaram frutíferos em termos de produção. Citada pela Angop, informou que quem tinha interesse na comercialização desta fruta começou a surgir no município visando a compra da mesma, visto que os produtores não tinham como chegar aos mercados por causa da distância e escassez de transporte.

Relativamente à colheita mais recente, Juliana Sabino informou que no ano passado, se colheram semanalmente, na baixa Futungo, entre 40 a 50 caixas de 25 quilos (corresponde a um pouoc mais de uma tonelada). Contudo, esse número desceu um pouco este ano por causa das chuvas, sendo que actualmente se apanham semanalmente 35 caixas.

Outro caso é o de Evaristo Leonardo, que detém quatro hectares no bairro Boa Entrada. No entanto, a produção, que arrancou em 2017, é feita num hectare, sendo que apanha semanalmente cerca de duas a três caixas de 25 quilos.

Embora os números pareçam pequenos, o produtor diz que a produção de maracujá é lucrativa e lamenta não terem capacidade para obterem mais materiais visando aumentar a produção.

"É o único produto que nos tem ajudado. Se tivéssemos capacidade para comprar material poderíamos produzir mais", disse, citado pela Angop.

Entre os principais obstáculos dos produtores – que possuem a capital como o maior centro para escoar a produção por estar perto do Bengo – constam os acessos ao sítios da produção, escassez de equipamentos de trabalho, bem como o transporte destinado ao escoamento da produção.

Florêncio João Adão, director municipal da Agricultura no Pango Aluquém, disse que embora não haja a nível local um programa próprio destinado à promoção da produção de maracujá, a direcção tem fomentado e prestado apoio aos produtores em termos institucionais, tendo aproveitado para solicitar aos produtores a que se organizem em cooperativas e procedam à legalização dos seus terrenos, no sentido de ficarem habilitados a pedir financiamento à banca.

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