Teixeira Cândido sublinhou que as centrais sindicais condenaram veementemente os actos de intimidação durante a greve, anunciando que vão desencadear nos próximos dias processos-crimes contra todos os que praticaram ameaças e coacção, cujas provas as centrais sindicais reúnem.
As centrais sindicais salientaram que não vão aceitar medidas disciplinares contra os trabalhadores que aderiram à greve geral, incluindo descontos salariais, emolumentares e de férias, porque foram "os únicos que manifestaram vontade de encontrar soluções à mesa das negociações".
Declararam ainda que se mantêm disponíveis para continuar a negociar com o Governo, "desde que as propostas respondam ao mínimo do custo de vida actual, particularmente em relação ao salário mínimo, bem como à actualização do salário da função pública".
"As centrais sindicais protestam de maneira veemente o comportamento da imprensa pública pela tentativa de manipulação da informação e por censurarem as notícias sobre a greve geral", disse Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos.
A segunda fase da greve geral interpolada está agendada para 22 a 30 de Abril e a terceira fase para 3 a 14 de Junho do ano em curso.
Os trabalhadores entregaram ao Governo, no dia 5 de Setembro, um caderno reivindicativo, com exigências para o aumento do salário mínimo nacional, do salário da função pública e a redução de impostos.
Em Dezembro iniciaram as negociações com o Governo, mas os trabalhadores concluíram que não houve resposta satisfatória do executivo às suas reivindicações, mantendo-se as divergências.
As centrais sindicais começaram por exigir o aumento do salário mínimo dos actuais 32.000 kwanzas, para 245.000 kwanzas, proposta "flexibilizada", entretanto, para 100.000 kwanzas e um reajuste do salário da função pública, na ordem de 250 por cento.
O executivo decidiu propor um salário mínimo em função da dimensão da empresa, nomeadamente 48.000 kwanzas para as pequenas empresas, 70.000 kwanzas para médias empresas e 96.000 kwanzas para as grandes empresas, o que foi rejeitado pelos sindicatos.
Em 1998, foi realizada a primeira greve geral interpolada, realizada pela CGSILA com a duração de três dias, sendo esta a segunda greve geral, mas a primeira congregando as três centrais sindicais.