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Segundo dia de greve geral marcado por intimidações, denunciam sindicatos

O segundo dia da greve geral no país ficou marcado “pelas insistentes ameaças e coacção” aos trabalhadores grevistas, denunciaram, esta Quinta-feira, as centrais sindicais, que condenaram o julgamento sumário de três grevistas detidos no Huambo.

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Segundo o porta-voz das três centrais sindicais que protagonizam esta greve de três dias, iniciada Quarta-feira, o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, directores provinciais da educação, ensino geral e superior e de hospitais estão a coagir os trabalhadores que aderiram à greve.

A greve foi convocada por três centrais sindicais – a Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos - Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Força Sindical - Central Sindical (FS-CS), por não chegarem a acordo com o Governo sobre as suas reivindicações para aumento do salário mínimo nacional, redução de impostos e melhoria das condições de trabalho.

Teixeira Cândido, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), disse ainda que as centrais sindicais condenaram o julgamento sumário de três sindicalistas, Quarta-feira, primeiro dia da greve, na província do Huambo.

"As centrais sindicais condenam o julgamento sumário de três sindicalistas na província do Huambo, por considerarem que se trata de um acto de intimidação pública com objectivo de inibir o exercício da liberdade sindical e o direito à greve", referiu.

As centrais sindicais sublinharam que, "não obstante as intimidações registadas, os trabalhadores de Cabinda ao Cunene mantiveram-se firmes, em casa, reafirmando deste modo a luta pela dignidade social", destacou.

O caderno reivindicativo foi apresentado a 5 de Setembro de 2023 ao Governo e em Dezembro iniciaram-se as negociações, mas os trabalhadores concluíram que não houve resposta satisfatória do executivo às suas reivindicações, mantendo-se as divergências quanto ao aumento do salário mínimo e da função pública, actualização de subsídios e desagravamento dos impostos.

As centrais sindicais começaram por exigir o aumento do salário mínimo dos actuais 32.000 kwanzas, para 245.000 kwanzas, proposta "flexibilizada", entretanto, para 100.000 kwanzas e um reajuste do salário da função pública, na ordem de 250 por cento.

O executivo decidiu propor um salário mínimo em função da dimensão da empresa, nomeadamente 48.000 kwanzas para as pequenas empresas, 70.000 kwanzas para médias empresas e 96.000 kwanzas para as grandes empresas, o que foi rejeitado pelos sindicatos.

Em 1998, foi realizada a primeira greve geral interpolada, realizada pela CGSILA com a duração de três dias, sendo esta a segunda greve geral, mas a primeira congregando as três centrais sindicais do país.

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